Durante
seu ministério terreno, Jesus travou embates sérios e duros contra fariseus e homens
religiosos de seu tempo.
Num deles, registrado pelo evangelista Marcos
(capítulo sete), o tema foi a oferta devida a Deus e o cuidado aos pais. A princípio parecia somente um detalhe de interpretação
do texto da Lei antiga.
A discussão havia se iniciado, naquela ocasião, por
conta das regras de pureza ritual impostas pelos fariseus radicais.
Eles provocaram Jesus:
‒ Por que os seus discípulos não vivem de
acordo com a tradição dos líderes religiosos?
(Mc 7:5)
Ao que, prontamente, Jesus respondeu apontando a
hipocrisia da “pureza” ritual normatizada pela tradição em oposição às
intenções dos corações longe de Deus.
‒ Vocês anulam a palavra de Deus, por meio
da tradição que vocês mesmos transmitiram.
(Mc
7:13)
Esse foi então o ensejo que Jesus usou para
aprofundar o tema do tratamento que os homens da lei davam às tradições
religiosas e o relacionamento com Deus.
A questão pontual era seguinte: Segundo a interpretação
dos judeus Mestres da Lei, ao oferecer uma oferta ao Senhor (Corban no
original) o fiel estaria cumprindo automaticamente a Lei e com isso se desobrigando
do cuidado com os pais.
A partir, então, desse ponto Jesus apresentou
alguns dos princípios básicos do projeto de Reino de Deus e do relacionamento
entre o Deus-rei e seus filhos-súditos. E
isso em contraste com o que pregavam e argumentavam os fariseus e seus
seguidores.
Aqui, pelo menos cinco princípios eu posso identificar
a partir dos argumentos espirituais e da lógica apresentada pelo Mestre Jesus:
1. O PRINCÍPIO DA ABRANGÊNCIA – tanto as leis
morais quando as leis rituais antigas foram dadas por Deus, mas cada uma tem
seu enfoque e abrangência.
2. O PRINCÍPIO DA AUTORIDADE – a tradição humana
sempre tem autoridade relativa quando comparada à Lei Divina.
3. O PRINCÍPIO DA COERÊNCIA – Deus tem interesse
no ser humano por inteiro, então nenhum aspecto (nem interior nem exterior) pode
ser esquecido.
4. O PRINCÍPIO DA COMPAIXÃO – a observância às regras
divinas e religiosas nunca devem se sobrepor ao clamor pela vida humana e sua
dignidade.
5. O PRINCÍPIO DA INTENCIONALIDADE – tratar da vida
humana de modo individual e em sociedade a partir de apenas casuísmos jurídicos
e espirituais, desconsiderando os valores em si, é incoerente.
§ Pretendo expandir
um pouco esses princípios e convido você a ler mais sobre eles. Aí vão os links:
+ CORBAN E O PRINCÍPIO DA ABRANGÊNCIA – link
+ CORBAN E O PRINCÍPIO DA AUTORIDADE – link
+ CORBAN E O PRINCÍPIO DA COERÊNCIA – link
+ CORBAN E O PRINCÍPIO DA COMPAIXÃO – link
+ CORBAN E O PRINCÍPIO DA INTENCIONALIDADE – link
§ Se quiser ainda
estudar mais sobre o termo Corban, eu fiz uma pequena análise exegética
e ofereço no link:
+ CORBAN – SANCTUM DONUM DEI – link
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