sexta-feira, 4 de novembro de 2022

CORBAN – JESUS E OS RELIGIOSOS

 


Durante seu ministério terreno, Jesus travou embates sérios e duros contra fariseus e homens religiosos de seu tempo. 

Num deles, registrado pelo evangelista Marcos (capítulo sete), o tema foi a oferta devida a Deus e o cuidado aos pais.  A princípio parecia somente um detalhe de interpretação do texto da Lei antiga. 

A discussão havia se iniciado, naquela ocasião, por conta das regras de pureza ritual impostas pelos fariseus radicais. 

Eles provocaram Jesus:

 

‒ Por que os seus discípulos não vivem de acordo com a tradição dos líderes religiosos?
(Mc 7:5)

 

Ao que, prontamente, Jesus respondeu apontando a hipocrisia da “pureza” ritual normatizada pela tradição em oposição às intenções dos corações longe de Deus.

 

‒ Vocês anulam a palavra de Deus, por meio da tradição que vocês mesmos transmitiram.
(Mc 7:13)

 

Esse foi então o ensejo que Jesus usou para aprofundar o tema do tratamento que os homens da lei davam às tradições religiosas e o relacionamento com Deus.

A questão pontual era seguinte: Segundo a interpretação dos judeus Mestres da Lei, ao oferecer uma oferta ao Senhor (Corban no original) o fiel estaria cumprindo automaticamente a Lei e com isso se desobrigando do cuidado com os pais.

A partir, então, desse ponto Jesus apresentou alguns dos princípios básicos do projeto de Reino de Deus e do relacionamento entre o Deus-rei e seus filhos-súditos.  E isso em contraste com o que pregavam e argumentavam os fariseus e seus seguidores.

Aqui, pelo menos cinco princípios eu posso identificar a partir dos argumentos espirituais e da lógica apresentada pelo Mestre Jesus:

 

1. O PRINCÍPIO DA ABRANGÊNCIA – tanto as leis morais quando as leis rituais antigas foram dadas por Deus, mas cada uma tem seu enfoque e abrangência.

2. O PRINCÍPIO DA AUTORIDADE – a tradição humana sempre tem autoridade relativa quando comparada à Lei Divina.

3. O PRINCÍPIO DA COERÊNCIA – Deus tem interesse no ser humano por inteiro, então nenhum aspecto (nem interior nem exterior) pode ser esquecido.

4. O PRINCÍPIO DA COMPAIXÃO – a observância às regras divinas e religiosas nunca devem se sobrepor ao clamor pela vida humana e sua dignidade.

5. O PRINCÍPIO DA INTENCIONALIDADE – tratar da vida humana de modo individual e em sociedade a partir de apenas casuísmos jurídicos e espirituais, desconsiderando os valores em si, é incoerente.

 

§ Pretendo expandir um pouco esses princípios e convido você a ler mais sobre eles.  Aí vão os links:

 

+ CORBAN E O PRINCÍPIO DA ABRANGÊNCIAlink

+ CORBAN E O PRINCÍPIO DA AUTORIDADElink

+ CORBAN E O PRINCÍPIO DA COERÊNCIAlink

+ CORBAN E O PRINCÍPIO DA COMPAIXÃOlink

+ CORBAN E O PRINCÍPIO DA INTENCIONALIDADElink

 

§ Se quiser ainda estudar mais sobre o termo Corban, eu fiz uma pequena análise exegética e ofereço no link:

 

+ CORBAN – SANCTUM DONUM DEI link

  

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