No ano em que o rei morreu (Is 6:1)
No ano quarto, no mês quinto (Jr 28:1)
No ano vinte e cinco do nosso cativeiro (Ez 40:1)
Dois anos antes do terremoto (Am 1:1)
Aconteceu no ano quarto do rei Dário (Zc 7:1)
Os profetas bíblicos sempre tiveram o cuidado de marcar suas mensagens com datas. Suas profecias aconteceram em um ponto específico do calendário.
Isso me leva a reflexão sobre a atenção que o próprio Deus dá aos acontecimentos dentro da história. Até ele mesmo, inclusive, se fez história ao participar da nossa vida e cotidiano.
Eu sei que o calendário, com suas datas e marcações é resultado do trabalho e tendência humana de estabelecer e reconhecer padrões na natureza e mundo que o cerca.
Deus criou dias e noites – nós os repartimos em horas e minutos.
Deus criou a lua com suas fazes – padronizamos os meses com suas semanas.
Deus criou as estações – e as agrupamos em anos.
E assim, somamos décadas, séculos, eras... e continuamos contando.
Depois desses alinhamentos iniciais com contornos mais teóricos, começo a pensar no instante em que vivemos. E enquanto estou Escrevinhando essas primeiras palavras já em 2021 também começo a deixar a mente vagar.
Será que com o anoitecer da última quinta-feira e amanhecer da sexta-feira seguinte mudamos o chip? Ou foi somente mais uma alvorada que se seguiu à apenas mais um ocaso?
Ao mudar o registro do ano, unicamente lhe acrescentamos uma sequência? Ou damos um restart em nossa trajetória e perspectiva?
Eu hoje não tenho as respostas – como disse estou Escrevinhando apenas no início de 2021 – e pode ser que ao ler essas linhas em outras viradas de ano mais adiante eu até ache curioso. Mas o tempo e a história são feitos assim: o que hoje é incerteza, amanhã é acontecido. O que hoje é expectativa, amanhã é relato.
Assim, encerrando 2020, com tudo de interrogação que ele nos trouxe, e olhando para esse ano que estamos começando a trilhar como incontáveis outras interrogações (reconheço que algumas são as mesmas!), quero ler, como reforço de fé e esperança, as palavras do salmista:
Esse é o tempo que
o Eterno fez.
Vamos celebrar e nos alegrar nele.
(Sl 118:24)
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