Lendo
o livro do professor João Ferreira sobre livro "Vida cristã e participação política" (publiquei uma resenha recentemente,
veja aqui),
a certa altura, comentando sobre a triste realidade que a
corrupção chegou ao Brasil a bordo das caravelas de Pedro Álvares
Cabral
– logo não pode atribuída como cria
do governo petista
(p. 89) – ele apresenta dois termos gregos clássicos: 'eulabeia'
e
'foerbeia'
(literalmente:
vergonha e cabresto) para analisar o que estão querendo fazer
conosco.
Lendo
o texto do mestre, eis que me veio logo à lembrança a canção de
Luiz Gonzaga e Zé Dantas composta em 1953 para criticar a atitude
humilhante e pouco eficiente das elites que governaram o país por
décadas e nunca resolveram o problema da seca nordestina, mas apenas
nos ofereceram humilhações e discursos vazios.
Mas
vou deixar toda conversa
mole
e apenas transcrever a letra. Ela fala por si só.
Seu
doutô os nordestino têm muita gratidão
Pelo
auxílio dos sulista nessa seca do sertão
Mas
doutô uma esmola a um homem qui é são
Ou
lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão
É
por isso que pidimo proteção a vosmicê
Home
pur nóis escuído para as rédias do pudê
Pois
doutô dos vinte estado temos oito sem chovê
Veja
bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê
Dê
serviço a nosso povo, encha os rio de barrage
Dê
cumida a preço bom, não esqueça a açudage
Livre
assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage
Lhe
pagamo inté os juru sem gastar nossa corage
Se o
doutô fizer assim salva o povo do sertão
Quando
um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!
Nunca
mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão
Como
vê nosso distino mercê tem nas vossa mãos
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