No
contexto das batalhas do Apocalipse, principalmente quando é
mostrada a queda a Grande Babilônia, aparece o tema da justiça e da
vingança de Deus sobre os arrogantes, infiéis e adoradores do mal
(Ap 18). Este é um tema por vezes complicado. Mas acredito que
mesmo não sendo central – o importante é a verdadeira adoração
ao Cordeiro – mas vale uma reflexão. Acompanhe o raciocínio.
Uma
luta feroz foi travada entre os agentes da maldade – o dragão, as
bestas e seus seguidores – e os que permaneceram fieis a Deus e
somente a ele prestaram culto. E a Babilônia representa tudo de
ruim e diabólico que pode se juntar para tentar afrontar Deus e sua
dignidade única de receber adoração. É neste contexto
beligerante que a justiça de Deus será exercida e a exultação dos
seus ocorrerá.
De
um lado estão os agentes da morte, do caos, da destruição: aquele
que só vem para matar, roubar e destruir (fraseado de Jo 10:10).
São estes que ao longo da história humana se concentraram na
Babilônia sempre e de diversas formas para atentarem contra os que
se mantiveram santos.
Do
outro lado está o Cordeiro que é digno de toda adoração porque
foi morto e com seu sangue comprou gente de todo canto da terra. E
embora em alguns momentos até tenha parecido que o dragão da
maldade estivesse ganhando a luta, a história sempre se manteve sob
o controle do único que pode abrir os selos do livro da história
humana (leia Ap 5:9).
Mas
onde entra a vingança e a exultação neste arrazoado todo?
Prossiga comigo. Há pontos a se considerar. Primeiro que a ação
divina na história humana não é resultado de um intento apenas
punitivo. Ou seja, Deus não almeja punir, mas purgar a terra e a
humanidade decaída (considere Rm 8:18-25).
Ao
contrário de Satanás que planeja se vingar de Deus destruindo sua
obra-prima, o próprio Deus tem um plano para remir e trazer para
junto de si toda a criação, para que todo aquele que nele crer não
pereça, mas tenha a vida eterna (o bem conhecido Jo 3:16). E
enfatizo o pronome todo. Deus providenciou o meio de resgatar a sua
obra das consequências do mal. Ora, isso não é vingança pura, é
ato corretivo apaixonado e gratuito.
E
tem mais. Apocalipse não traduz a história com olhos universais.
Isso seria pura ingenuidade e certamente haveria de desconsiderar a
realidade de que ao longo do tempo muitos se deixaram seduzir
(embriagar) pelo poder e fascínio da besta encarnada na Babilônia
(considere Ap 13:8-9 e 17:6). E contra estes Deus certamente
exercerá seu justo juízo (indispensável ler Jo 3:36).
Antes
de terminar, vou estender um pouco mais esta reflexão. Durante este
processo de justiça e purgação que Deus tem produzido na obra
criada, é certo que até os crentes fieis acabam sofrendo – e
algumas vezes antes dos outros e de forma mais dura! – então, por
que isso acontece?
Entendo
que é na carta de Pedro que a resposta está mais clara e ajuda a
entender todo este desenrolar da purificação. A epístola
apostólica me diz que Deus já começou o julgamento (purificação)
pelos seus (confira 1Pe 4:17) e continua: “Qual será o fim
daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?”
Assim,
volto ao Apocalipse entendendo o cântico de gratidão, alívio e
principalmente louvor executado pelos santos pois finalmente chegou o
momento de Deus colocar todas as coisas nos seus lugares devidos e
agora a história humana pode encontrar seu destino apropriado.
Aleluia!
A salvação, a glória e o poder
pertencem ao nosso Deus,
pois verdadeiros e justos
são os teus juízos.
(Ap 19:1-2)
pertencem ao nosso Deus,
pois verdadeiros e justos
são os teus juízos.
(Ap 19:1-2)
Leia também o livro TU ÉS DIGNO - Uma leitura de Apocalipse. Texto comovente, onde eu coloco meu coração e vida à serviço do Reino de Deus. Você vai se apaixonar por este belíssimo texto, onde a fidelidade a Palavra de Deus é uma marca registrada.
Disponível na:
AD Santos Editora
Você é sem dúvida um homem usado poderosamente por Deus.
ResponderExcluirA glória seja unicamente àquele que é digno de nossa adoração e nos julga com sua justiça: O Cordeiro.
ExcluirAbr.