sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O PECADO, O SANGUE E O PERDÃO


“De fato, segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue, e sem derramamento de sangue não há perdão” (Hb 9:22).
Na Bíblia, os conceitos de pecado sempre estão associados ao de morte e separação.  Assim é que o pecado gera a morte (Rm 6:23) e faz separação entre Deus e os homens (Ef 2:14).  Por outro lado, o tema do sangue está também intimamente ligado à vida e à união (confira os mesmos textos).
Ora, é certo que todos os homens e mulheres estão em pecado – o que gerou para nós morte e separação, carência e necessidade de Deus e de perdão.  Como pecadores estamos na possibilidade real e constante da morte por estarmos separados de Deus – que é a fonte da vida, e separados uns dos outros.  E tem mais: como a culpa do pecado exige reparação e "sem derramamento de sangue não há perdão" (Hb 9:22) então a nossa culpa de sangue perante Deus seria impagável.  A morte e separação são inevitáveis.
Mas o texto nos fala que no sangue de Cristo nossa dívida foi total e finalmente paga diante de Deus.  Na cruz que derramou o sangue de Cristo há vida e reconciliação entre a criatura caída no pecado e o Criador em sua santidade.  Cristo nos trouxe para perto de Deus – que nos mantém em vida aqui e no além, e também nos proporcionou uma verdadeira aproximação entre nós seus filhos – agora em Cristo somos um.
Realmente, o sangue de Cristo é o motivo de nossa celebração, ele nos traz vida e proximidade.  Vamos fazer de nossos encontros na Casa de Deus verdadeiros festivais de celebração do sangue de Cristo.

2 comentários:

  1. A minha dúvida é... porque já nascemos condenados por algo que não fomos nós que cometemos ( pecado original), é justo eu pagar uma dívida que meu bisavô contraiu? ( analogia) se sim como pode uma justiça assim desigual existir?

    (obs.: não sou ateu nem agnóstico, sou um homem comum que custa a aceitar isso goela abaixo)

    Por favor me explique melhor, pq nunca entendi isso

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    1. Querido Luiz.
      Bem pertinaz sua dúvida. Ela está no centro da compreensão da traça divina. Na verdade nem eu nem você somos culpados pelos pecados dos nossos antepassados (essa coisa de maldição hereditária carece de melhor explicação diante da força da graça!). O pecado original é como um traço de DNA espiritual que nos foi legado, mas que só é ativado pelas minhas decisões pessoais, assim só recai sobre mim a culpa pelos meus pecados efetivos e jamais os de Adão e Eva. Mas a glória da graça é que toda a justiça divina está satisfeita na Cruz do Calvário.
      Realmente não é para aceitar goela abaixo muito do que dizem por aí. Deus não imputa para mim a culpa do meu bisavô - ele é justo e cheio de amor e uma coisa não exclui a outra. Sugiro a leitura de Ez 18, ele fala da responsabilidade pessoal de cada homem. Assim é a justiça de Deus e assim se manifesta o seu amor.
      Que a graça que supera o pecado encha sua vida.
      Um abraço

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