Na tarefa de observar o mundo em minha volta e procurar refleti-lo a partir de um olhar bíblico-cristão sempre se há de encontrar pontes entre o cotidiano e a revelação (não é novidade que faço isso por vocação e com alegria, então nunca é curioso demais perceber que com um pouco de criatividade teológica tais pontes se sobressaem na névoa das ideias fluentes).
Um dia destes, voltando a Aracaju, avistei um
caminhão transportando uma carga completamente torta (a foto está aí do lado para comprovar o flagrante). Quem viaja pelas estradas de nosso Brasil
sabe que é possível se ver de tudo por estes caminhos.
A viagem naturalmente continuou. Os olhos se deixavam percorrer as paisagens e
a mente (esta maravilhosa dádiva do Criador) foi-se vasculhando fragmentos de
conceitos e textos por vezes colocados na estante do intelecto mas que precisam
ser retocados com frequência para continuaram vivos.
E a imagem foi se compondo: aquela carga torta
muito bem poderia me representar.
Viajando na estrada da vida não é raro me sentir empenado com o peso que
carrego. Mas, por que isto
acontece? Como resolver isso para
continuar a caminhada? Bem, aí
depende...
Não parei para vistoriar o caminhão e a sua carga
torta, mas não é difícil deduzir que pelo menos uma ou duas causas provocaram
aquela situação. E se olhar direito,
também estas causas me deixam bem torto na minha jornada.
A primeira hipótese é que a carga do caminhão
excedesse o total suportado pela máquina e suspensão – ou que estivesse pelo
menos mal arrumada em cima da carroceria.
Todo veículo é projetado para funcionar até um limite. Além daí a coisa entorta. Talvez fosse o caso...
Minha vida também foi projetada para ter um limite
de peso e por vezes o stress, a ansiedade, a agenda lotada, os dramas e traumas
acumulados sobrecarregam minha alma e ela entorta. Viver assim é um risco. Então eu me lembro do Cristo que me convida a
trocar minha carga torta e pesada pela sua suave e leve (a citação é de Mt
11:28-30, mas outros textos podem ser lembrados como 1Pe 5:7 e Mt 6:31).
Mas o problema do caminhão poderia não ser apenas
de excesso de peso. Não se deve
descartar a possibilidade de uma falha estrutural ou mecânica. Aí a situação ficaria mais séria. Quando há uma quebra na suspensão, qualquer
carga, até o peso na própria estrutura deixa todo o caminhão torto. Neste caso é preciso parar para consertar...
Continuo me enxergando na situação. Quando minhas decisões e vida forçam minha
estrutura, ela se rompe (às vezes de maneira disfarçada como um pecado
camuflado). Também aqui a situação fica
mais séria, pois quebrado por dentro tenho que ir a oficina para consertar o
que quebrou. E com a alma estragada vou
a oficina divina na confiança de que ele mesmo haverá de fazer novas todas as
coisas (promessa de Ap 21:5 – mas considere também 2Co 5:17).
Sei que não dá para prosseguir na viagem da vida
com a carga torta, por isso recorro com confiança sempre àquele como comigo
viaja até o dia da glória (não se esqueça de Mt 28:20) para poder
continuar.
E você, como vai levando sua carga?
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Conheça também
outros livros:
TU ÉS DIGNO – Uma leitura de Apocalipse
DE ADÃO ATÉ HOJE – Um estudo do Culto Cristão
Amém... Mto bom...
ResponderExcluirGlória ao Senhor!
ExcluirMuito bom! O SENHOR FALOU MUITO ATRAVÉS DESSA REFLEXÃO!!!!!!! É hora de reavaliar o que estou de fato carregando. Certa vez um velho amigo hippie me disse: Brother, as vezes o caminho de Deus vai se estreitando a tal ponto que você vai, aos poucos, jogando pra trás toda sua bagagem até que se depare com um túnel tão estreito que, para atravessá-lo, terá que ficar completamente nu, despojado de todo seu eu. Abração.
ResponderExcluirBoa ilustração do seu amigo hippie. A vida cristã nos faz passar por lugares assim. E isso só nos enriquecem.
ExcluirUm abraço