terça-feira, 28 de junho de 2022

LITURGIA E ORDEM DE CULTO

 

O termo liturgia é daqueles que muitas vezes causam estranheza em nossos meios evangélicos brasileiros.

No sentido original (a partir do Grego λειτουργία) descrevia qualquer trabalho executado na intenção do bem comum.  Mas o uso técnico que a igreja deu ao termo ao longo do tempo trouxe o significado em outra direção.

Então penso que, nesse caso, o Grego original não ajuda.

De modo geral a expressão liturgia é usada para descrever uma forma apropriada de fazer alguma coisa.  Assim, no uso cristão, como termo técnico, indica o modo apropriado de acontecer os cultos e a adoração na igreja.

Assim, entendo que pode ser aplicado tanto quando se refere ao planejamento dos cultos e sua distribuição em um calendário, como se referindo ao ordenamento das sucessivas partes de um culto específico.  Nesse sentido último pode muito bem ser usado como ordem de culto perfeitamente.

E mais, liturgia como ordem de culto pode indicar tanto a estruturação do culto bem "amarrado" nas tradições eclesiásticas, como a simples anotação de planejamento para uma reunião de culto qualquer.

E ainda creio que a participação do Espírito Santo no culto como agente sobrenatural que o conduz não implica num descuido do dirigente humano de um bom planejamento litúrgico.

Penso que podemos – e até devemos – usar o termo liturgia para se referir ao nosso planejamento e intenção de culto.  Essa é uma boa tradição cristã que vale ser conservada.

Voltando ao texto bíblico do NT Grego, talvez a palavra λατρεία, traduzida como serviço sacerdotal em Hb 9:6, seja uma boa compreensão do sentido no uso cristão de liturgia.

 


Permita-me uma sugestão de leitura para enriquecer o tema.  Você encontra um estudo teológico sobre o Culto Cristo no meu livro:
DE ADÃO ATÉ HOJE– um estudo de Culto Cristão

 

Disponível no:
Clube de Autores
amazon.com

 

Conheça também outros livros:
TU ÉS DIGNO – Uma leitura de Apocalipse
PARÁBOLA DAS COISAS

sexta-feira, 24 de junho de 2022

A PERFEIÇÃO É UM FARDO

 


Lembrei-me de uma citação que Elda me passou certa vez, de um romance que ela estava lendo.  Sabia dela, e não foi difícil ir buscar num arquivo onde estava gravada.

Então, na magia do ctrl C + ctrl V, aí vai a citação:

 

― Durante toda a vida somos atraídas por uma coisa ou por outra – continuou Mary Clement.  ― As tentações mudam, é claro.  Quando se é jovem, é um rapaz bonito.  Depois, doces ou comida.  Ou quando ficamos velhas e cansadas, apenas a oportunidade de dormir mais uma hora pela manhã.  Tantos pequenos desejos e somos tão vulneráveis a eles quanto qualquer um.  Apenas não nos é permitido admitir isso.  Nossos votos nos proíbem.  Usar o véu pode ser uma alegria, dra.  Isles.  Mas a perfeição é um fardo que nenhuma de nós pode suportar.

 

Na verdade, nunca li o livro de onde a citação foi tirada ("O Pecador" de autoria de Tess Gerritsen), mas sei que a Mary Clement – da citação – é uma abadessa.  O que enche de carregamento as palavras!

 

Da primeira vez que ouvi Elda lendo para mim, o que me chamou a atenção foi a constatação de como, no rio da vida, as coisas estão sempre fluindo, mudando para, no fim, dar tudo no mesmo.

 

Agora, relendo, o rio das ideias está indo noutra direção: a perfeição é um fardo!

― Mas como ser perfeito quando a beleza, a doçura ou o conforto me convidam ao desejo?

Ora, ninguém é menos vulnerável aos prazeres e alegrias que quebram a cinzenta austeridade da vida de compromissos e que nos amarram religiosamente ao pesado hábito da perfeição.  Mas mantermos votos cansa.

E o véu – ou o xador – que cobre nossos corpos como mantos sociais nunca desanuvia o anelo da alma.

 

Então o rio das ideias vem banhar outras margens e me pego pensando no homem de Nazaré contemplando belezas, deliciando-se com doçuras e aproveitando do conforto.

E se para a sua fé sisuda isso é heresia, paciência!  Foi ele mesmo quem propôs trocar os votos que proíbem, a dor da atração escondida, os pequenos desejos – trocar o fardo da perfeição insuportável por uma vida leve e descansada.

 


terça-feira, 21 de junho de 2022

Termos para o após-morte

 Alinhavando aqui alguns apontamentos para um estudo, senti a necessidade de diferenciar alguns termos que identificam a morte e o porvir.  Então fiz uma lista rápida de palavras em língua portuguesa que costumamos associar a esse tema. 

Aqui compartilho:

 

CÉU – o termo tem origem no latim caelum, caelus que significa o espaço onde estão os astros.

GEENA do hebraico הנם בן גיאVale do Filho de Hinom.  É o nome de um vale em torno da Cidade Antiga de Jerusalém, e que veio a tornar-se um depósito onde o lixo era incinerado.

HADES – do grego Ἀΐδης.  Era o nome do deus do mundo subterrâneo na mitologia grega, daí, o além-túmulo, a habitação dos mortos para onde vão todos os justos e injustos.

INFERNO – a palavra é de origem latina – inferus – adjetivo que significa o que está em baixo ou em plano inferior.

MORTE – a origem da expressão provém do deus Mors (a versão romana de Thanatos – θάνατος), deus do falecimento por causas naturais.

PARAÍSO – literalmente no latim: paradisus – um jardim próximo à casa.

PURGATÓRIO – a partir do latim: purgatorius, aquele (ou aquilo) tem capacidade de purificar, limpar, purgar.

RESSURREIÇÃO – vindo do latim: re + sugere = levantar novamente.

SHEOL – no hebraico שאול significa genericamente o lugar dos mortos, a sepultura, e não exatamente um lugar de castigo eterno.

 


Aproveitando: publiquei recentemente algo sobre o que os caldeus, egípcios e gregos pensavam sobre o além em suas mitologias – acesse aqui link.

 

sexta-feira, 17 de junho de 2022

REAGINDO À OPOSIÇÃO

 


João nos conta que durante a festa dos Tabernáculos, Jesus voltou à cidade de Jerusalém e lá os judeus já o procuravam.  Então seria novamente naquele cenário das festas e do templo que a liderança judaica mais uma vez haveria de demonstrar toda a hostilidade que nutria contra Jesus Cristo.

Entre os pontos principais que os opositores de Cristo levantavam para o acusar estava a questão das origens do seu conhecimento e autoridade (veja Jo 7:15); de seu nascimento (7:41); e de seu testemunho (8:13).

Segundo os acusadores, Jesus se colocava numa posição acima de Moisés e de Abraão, igualando-se ao próprio Deus-Pai (leia Jo 8:53).  Ao que Jesus respondeu declarando com ênfase: antes que Abraão existisse, EU SOU (Jo 8:58).  É verdade Jesus é, em sua essência, o unigênito do Pai, cheio de graça e verdade (Jo 1:14).

Logicamente as reações a tais declarações foram as mais diversas.  Se por um lado, os guardas que tinham a tarefas de prendê-lo ficaram admirados com suas palavras (vá a Jo 7:32 e 45-46); por outro, Nicodemos, que já o havia procurado, tentou proporcionar-lhe apenas um julgamento "mais justo" diante dos acusadores (7:50-51).

Contudo foi em meio à multidão que podemos perceber as mais variadas reações (veja a citação de Jo 7:40-44): uns identificaram nele a figura do profeta prometido; outros e verdadeiro Messias, outros apenas duvidaram, e mais alguns apoiaram a sua prisão.

Sem dúvida, uma atitude ou outra sempre ocorrerá diante de Jesus Cristo.  É impossível se continuar indiferente diante dele.

 

terça-feira, 14 de junho de 2022

PENSANDO O MONOTEÍSMO

 


Considere três possibilidades de crença na divindade:

 

MONOTEÍSMO – A crença ou fé na existência de um único Deus e sua devoção total a ele. 

HENOTEÍSMO – A possibilidade da existência de vários deuses, porém com uma supremacia absoluta de apenas um sobre todos ou outros.

POLITEÍSMO – Acreditar na existência de vários deuses compartilhando de um panteão.

 

Afirmações simples assim não são suficientes para representar toda a complexidade do espectro da fé exercida pelo ser humano.  Nem todos os desdobramentos cabem nestas definições clássicas.

Então, deixe-me citar dois pensadores para tentar clarear o tema:

 

O inglês John Hick, observando a oposição entre o monoteísmo teórico e do henoteísmo prático que envolve a vida de muitos seres humanos, denunciou que em nossa sociedade empregamos nossas energias a serviços de várias deidades – o deus do dinheiro, o da empresa de trabalho, o do sucesso, o do poder, o do status de deus, e (por um breve período, uma vez por semana) o Deus da fé judaico-cristã.

Assim o conceito de crença – e consequentemente de monoteísmo – deixa de ser apenas uma modalidade litúrgica para ganhar uma dimensão existencial que engloba toda a vida humana. 

 

Para o teólogo germano-americano Paul Tillich o tema do monoteísmo só poderia ser realmente colocado depois de o conceito de realidade de Deus já estar devidamente esclarecido, pois é a partir do seu conceito de Deus que o ser humano estabelece a sua relação existencial consigo mesmo e com a vida que o cerca.  E mais, “o homem só pode falar dos deuses à base de sua relação com eles”. 

Nesta perspectiva, como conceituaremos então Deus?  Nas palavras do próprio Tillich: Deus é “o elemento absoluto da preocupação última do homem” e por isso mesmo exige do homem uma “paixão absoluta”. Assim, ainda seguindo a mesma linha de raciocínio, toda e qualquer coisa ou pessoa que ocupe esta preocupação última no ser humano estará tomando um lugar que cabe exclusiva a Deus. 

Ou seja, todo valor relativo que pretenda a absolutização é um valor idolátrico e por isto mesmo demoníaco – anti-divino.

 

Monoteísmo é a paixão absoluta e a preocupação última em um Deus que em si encerra todos os aspectos da vida e que tem todas as respostas à finitude humana.  Nas palavras do Novo Testamento: Cristo é tudo em todos (Cl 3:11).

 


sexta-feira, 10 de junho de 2022

APOCALIPSE – Seguem os louvores


 

Paulo, escrevendo aos Romanos, havia dito que toda a natureza geme por causa do pecado, aguardando o momento de sua redenção, redenção esta que começou primeiro conosco e para a qual aguardamos também ansiosamente quando ela será completada de maneira definitiva (leia toda a passagem de Rm 8:18-25).  João agora tem uma visão concreta desta restauração gloriosa.  Toda a natureza vibra em adoração por estar diante do trono divino.  E esta adoração universal sempre toca os salvos em Cristo, fazendo-os adorar também.  Na mesma linha, Davi também já tinha salmodiado afirmando que os céus proclamam a glória de Deus (Sl 19:1).

Como João, vamos saborear um pouco mais este momento.  Os anciãos deixam sua posição de conforto – sentados no trono – e se prostram diante daquele que está assentado no trono principal.  Não tem como ser tocado e envolvido pela adoração e continuar inertes.  A grandeza da glória divina nos põe prostrado, de joelhos, quase que tropeçando, e nos conduz naturalmente – ou sobrenaturalmente – ao reconhecimento de quem, em verdade, merece nosso louvor: aquele que vive pelos séculos dos séculos.

Os vinte e quatro anciãos, depositam então suas coroas diante do trono.  A figura da coroa é bastante simples, ela representa a vitória, ou mais especificamente os louros e prêmios pela vitória.  Deixe-me acrescentar algo que possa nos ajudar a compreender a profundidade desta simples expressão de Apocalipse.  Nos dias clássicos da Grécia, os torneios atléticos eram um dos mais importantes eventos do calendário social e religioso, neles os cidadãos competiam em homenagem aos deuses do Olimpo e os vencedores recebiam como prêmio, além do reconhecimento popular, a bênção dos seus deuses em forma de uma coroa de louro.  Era assim, a maior honraria que um cidadão grego podia ostentar: a coroa de louro dos deuses olímpicos (Paulo usou desta mesma ilustração aos coríntios em 1Co 9:24-25).

Nos dias em que o livro de Apocalipse foi escrito muito do glamour destes eventos já estava em decadência, mas sua lembrança ainda era bem vívida e, sem dúvida, todos os primeiros leitores da profecia ainda estavam familiarizados com a ideia.  Acrescente a isso as palavras de conforto ditas por Tiago.  Elas se encaixam perfeitamente ao que nos diz Apocalipse.  Na sua carta, o apóstolo reconhece que feliz é aquele que, tendo passado por provações, persevera e é aprovado (vence a prova) pois este receberá a coroa da vida prometida por Deus (confira Tg 1:12 – tanto no grego clássico como em Tiago e Apocalipse as palavras têm a mesma raiz linguística grega).

(Extraído do livro TU ÉS DIGNO – Uma leitura de Apocalipse.  Editora AD Santos)

 

 


Leia todo o livro TU ÉS DIGNO – Uma leitura de Apocalipse.  Texto comovente, onde eu coloco meu coração e vida à serviço do Reino de Deus.

Tenho certeza que você vai se apaixonar por este belíssimo texto, onde a fidelidade a Palavra de Deus é uma marca registrada.

 

Disponível na:
AD Santos Editora

 

terça-feira, 7 de junho de 2022

DEUSES DO OLIMPO GREGO

A riqueza da cultura grega clássica é inegável.  Ao lado de sua Filosofia riquíssima, seu sistema de crenças era bastante peculiar.

Em linhas gerais, quero listar abaixo os 12 principais deuses que habitavam o Olimpo.

Mas, antes, uma citação sobre o próprio Olimpo (copiado do Wikipedia – inclusive com a imagem recolhida lá):

 


monte Olimpo (em grego: Όλυμπος) é a mais alta montanha da Grécia, com 2 917 metros de altitude máxima e 2 355 m de proeminência topográfica. É uma das mais altas montanhas da Grécia, em altitude absoluta da base até o topo. Está situado a cerca de 100 km de distância de Salonica, a segunda maior cidade da Grécia, próximo do mar Egeu, na região da Tessália.

Na mitologia grega, o monte Olimpo é a morada dos Doze deuses do Olimpo, os principais deuses do panteão grego. Os gregos pensavam nisto como uma mansão de cristais que estes deuses (como Zeus) habitavam. Sabe-se também que, quando Gaia deu origem aos Titãs, eles fizeram das montanhas gregas, inclusive as do monte Olimpo, seus tronos, pois eram tão grandes que mal cabiam na crosta terrestre. A etimologia de "Olimpo" é desconhecida, mas possui grandes traços de semelhança com a cultura dos dóricos.

 

1. ZEUSΖεύς.  Os romanos chamavam de Júpiter.

Zeus era casado com Hera, mas com um comportamento infiel.  Como principal divindade do Olimpo, era considerado o “pai dos deuses” (πατὴρ ἀνδρῶν τε θεῶν τε) e deus dos céus.  Como divindade, seu poder mantinha a ordem entre os outros deuses.

Vários templos eram dedicados ao seu culto por toda a Grécia antiga sendo a principal no Olimpo.

No Novo Testamento, quando Barnabé – acompanhando o apóstolo Paulo – esteve na cidade de Listra, onde foi chamado de Zeus pelos locais (At 14:11).

 

2. HERAἭρα.  Os romanos a chamavam de Juno.

Era irmã e casada com Zeus, com quem dividia vários santuários.  Considerada a rainha dos deuses e patrona da fidelidade conjugal, Hera foi a primeira deusa a ser cultuada pelos gregos.

 

3. ATENAἈθηνά.  Os romanos a chamavam de Minerva.

Também chamada de Pallas Atena.  Deusa da civilização, da sabedoria e das estratégias de guerra.  Segundo a mitologia, já nasceu adulta e permaneceu virgem.  Era padroeira da cidade de Atenas – capital da Grécia – onde o Partenon ali construído foi dedicado a ela.

 

4. APOLOἈπόλλων.  Os romanos o chamavam de Febo.

Depois de Zeus, certamente o mais influente entre os deuses olímpicos.  Seu culto floresceu principalmente na região de Delfos com o seu oráculo.

Na sua mitologia, ele era pai de Asclépio (romano: Esculápio), que seria o deus da medicina.  O culto dele rivalizou com o culto cristão no apelo popular nas regiões gregas dos séculos I e II.

 

5. ÁRTEMISἌρτεμις.  Os romanos a chamavam de Diana.

Deusa ligada à vida selvagem, à caça, à lua e a magia.  Era irmã gêmea de Apolo.  Seu templo em Éfeso foi considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo.

Com as conquistas de Alexandre, o culto a Ártemis acabou sendo fundido ao culto da egípcia Ísis – e depois também com outras deusas de mitologias afins.

Na sua terceira viagem missionária, o apóstolo Paulo esteve na cidade de Éfeso e ali teve um embate com os líderes locais causado pela oposição ao culto de Ártemis (At 19:23-41).

 

6. POSEIDONΠοσειδῶν.  Os romanos o citavam como Netuno.

Um dos deuses originais, filho de Cronos e irmão de Zeus.  O deus supremo das águas e dos mares.  Ele sempre é reconhecido por seu caráter violento e instável.

Seu principal templo ficava na península de Sunião, uma ponta de terra no sul da região da antiga Ática, diante do Mar Egeu.  Na cidade de Roma houve uma construção imponente dedicada a adoração a Netuno.

 

7. ARESἌρης.  Os romanos o nomeavam como Marte.

Filho de Zeus e Hera e herdeiro do trono do pai.  Seria o deus da guerra e sempre disputava esse atributo com sua meia-irmã Atena.

Embora fosse um dos deuses menos cultuado, havia um santuário dedicado a ele na Ágora de Atenas, e em Esparta havia uma estátua do deus acorrentado, para mostrar que o espírito de guerra e vitória nunca deveria deixar a cidade.

Uma curiosidade.  Na iconografia moderna, o símbolo que representa a masculinidade – – indica o escudo e a lança de Ares.

 

8. AFRODITEἈφροδίτη.  Os romanos a nomeavam como Vênus.

Filha de Zeus, era a deusa do amor, da beleza e da sexualidade; também proporcionava aos humanos o prazer, a alegria e a perpetuação da vida.  Era sempre representada com seus atributos e ideias de beleza feminina; apesar disso, era reconhecida como sendo vingativa com seus adversários.

No mundo grego antigo, seu principal tempo ficava na ilha de Creta e seu culto esteve ligado a deusa Astarte dos fenícios e a deusa Ishtar dos acádios.

Uma curiosidade.  O símbolo que representa a feminilidade, na iconografia moderna – – descreve o espelho de Afrodite.

 

9. DEMETERΔημήτηρ.  Conhecida pelos romanos como Ceres.

Filha dos titãs Cronos e Reia, era a deusa colheita.  Segundo o mito, foi Demeter quem deu o trigo aos humanos e os ensinou as técnicas de agricultura.  No sincretismo egípcio, por vezes ela ficou associada a deusa Ísis.

O episódio mitológico do rapto de Perséfone, filha de Demeter, era usado pelos gregos para explicar as sequências das estações do ano.  Também serviu de base para os cultos eleusinos atenienses – os Mistérios de Elêusis – com seus rituais secretos de iniciação que falavam de vida eterna.  Tais culto rivalizaram com o cristianismo nos primeiros séculos.

 

10. DIONISOΔιόνυσος.  Para os romanos: Baco.

Filho de Zeus e deus dos ciclos vitais, das festas, do vinho, da insânia, do teatro, dos ritos religiosos.

Os cultos dionisíacos geralmente estavam envolvidos com agentes entorpecentes e inebriantes com muita dança e experiências de êxtase.  Seu principal centro de adoração era o Epidauro, um templo em forma de anfiteatro na cidade de Atenas.

 

11. HERMESἙρμής.  Para os romanos: Mercúrio.

Um dos filhos de Zeus.  Nas primeiras citações mitológicas ele é referido como deus da fertilidade e os romanos atribuíam a ele o patronato do comércio, capaz de fazer negociações e levar recados. 

Provavelmente foi o deus mais esculpido em estátuas na antiga Grécia e as suas representações artísticas sempre o fazem com asas nos pés para indicar que ele seria o mensageiro dos deuses.

Em geral seu culto esteve associado aos cultos a Afrodite e às competições e jogos olímpicos.

 

12. HEFESTOἭφαιστος.  Conhecido pelos romanos como Vulcano.

Filho de Zeus e Hera.  Representado em geral como um deus feio e manco, porém bastante habilidoso.  Os gregos o reverenciavam como o deus do fogo e da metalurgia.  Foi ele quem forjou o escudo de Zeus que o fez derrotar os Titãs.

Seu culto se centrava na ilha de Limnos, no Mar Egeu (embora a cidade de Atenas realizasse bastante festivais em sua homenagem) e aos pés do Monte Etna, na Sicília (hoje Itália).

 

(HadesἍιδης, romano Plutão – está fora da lista por não ser considerado um deus olímpico pelos gregos).

 

sexta-feira, 3 de junho de 2022

O REINO ESTÁ CHEGANDO

 


Considerando mais os sinais que apontam para a proximidade do Reino de Deus, Jesus continuou a levar a efeito o seu ministério de cuidado e anúncio.

É importante acompanhar que Jesus continuou realizando curas no sábado, mesmo com a oposição dos doutores da lei (leia a narrativa em Lc 13:10-17).  Ele entendia que, por o tempo está próximo, não havia tempo a perder.  Não se pode deixar para depois o cuidado com aqueles que são também filhos de Abraão.

Então Jesus propôs algumas pequenas parábolas para ensinar sobre em que consiste o Reino de Deus que está chegando.  Ele comparou o Reino a um grão de mostarda (em Lc 13:18-19) e ao fermento (logo a seguir em Lc 13:20-21).  Em ambas, é dito sobre pequenas coisas que a princípio não se nota, mas que por fim produzem grandes resultados.

O que Jesus em verdade estava querendo ensinar é que hoje o Reino de Deus pode até parecer insignificante ou pequeno, mas chegará o tempo em que ele se mostrará por completo e então poderá ser percebido em toda a sua grandeza. 

Outra realidade a ser aprendida nestas comparações é que o Reino já está em funcionamento e, independente de qualquer vontade ou determinação humana, ele vai se realizar em seu tempo apropriado.  Então resta-nos estar preparado para a sua consecução final.

(Texto extraído da Revista “Lucas” – Editora Sabre.
Na imagem aí em cima: sementes de mostarda-branca. 
Fonte: wikipedia.org)