Na
última sexta-feira, indo para casa, precisei tomar um ônibus aqui em
Aracaju. Depois de muita espera, alguns ônibus que passaram sem parar e
de certa confusão descobrimos, eu e outros que também esperavam, descobrimos
que o ponto onde o coletivo deveria parar já não era mais ali: haviam mudado o
lugar do ponto e ninguém ali tinha sido avisado.
Não
quero aqui discutir sobre o direito – e até dever – dos agentes públicos
organizarem e normatizarem os espaços urbanos de modo a promover o bem comum e
o melhor convívio possível em sociedade. Esta discussão sócio-política,
embora também seja do nosso interesse como cidadão desta terra, não será aqui o
mote de minha reflexão.
Passei
o fim-de-semana ocupado nas atividades eclesiásticas (e como isso me revigora a
alma e o corpo!), mas sempre me veio à mente o episódio, e paralelo a ele o
texto de Dt 19:14 – "não mudem os pontos antigos...". Sim, eu
sei também que o texto bíblico fala especificamente das divisas e fronteiras
territoriais e da necessidade de respeitar as marcas e referências deixadas
pelos antigos.
Tendo
misturado todos este conceitos e ruminado neles, quase que de modo automático
tais reflexões respingam na igreja e no conceito que tenho dela. Embora o
conteúdo central de nossa proclamação seja o evangelho – a boa novidade – mas
nossa fé tem que estar alicerçada nos pontos e marcas deixadas pelos antigos.
Penso
em duas ênfases bíblicas e elas se misturam: por um lado cremos que o Deus dos
nossos pais é o mesmo que adoramos ainda hoje, por outro este Deus se fez
história ao se encarnar. Da mesma forma minha fé, pregação, doutrina e
práticas eclesiásticas devem ser reflexo deste Deus que é imutável – pois se
revelou desde o tempo dos nossos pais – e histórico – pois entra na nossa
história e a atualiza.
Sei que
há muitos que em nome da novidade mudaram o lugar do ponto, abandonaram as
referências antigas e não mais consideram a rica herança que temos no
depositário cristão. Mas em nome do que creio ser uma fé cristã e
biblicamente embasada rejeito-os a todos e declaro reafirmando minha submissão
ao Deus dos meus antepassados, mas que se fez história (e continua fazendo na
vida igreja): Meu cristianismo não
nasceu nesta geração!
(Texto publicado originalmente em 07/12/2009 –http://ibsolnascente.blogspot.com.br)
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