Hoje a Primeira Igreja Batista de Aracaju – a PIBA
– é centenária. Mas a Igreja não é o
prédio, o templo com suas salas e estruturas, nem a organização com suas
burocracias. A Igreja somos eu e vocês
que a vivemos em nossa comunhão diária, que a herdamos e a legamos. Então, permita-me escrever em primeira
pessoa.
Chegamos aos cem anos. Dizer que esta é uma data relevante e
histórica é apenas transitar por lugar-comum ou reafirmar o mais do óbvio. Sei também que fugir disso é quase inevitável
e não tem muito porquê. Devo, pois,
somar-me às celebrações deste momento ímpar.
Assim, chegamos a esta data centenária! O tempo sucedeu ao tempo e aqui estamos. Talvez, do ponto de vista deste tempo cru,
cem anos não seja diferente do completar 47 ou 32 anos. Não sei, não estava por aqui. Pode ser que os anais da história nos contem
algo.
Mas chegar aos cem anos é bem mais que a soma de
dias, meses e anos. Somos humanos – Deus
assim nos fez – somos feitos de histórias e de lembranças. Vivemos não dos fatos secos ou dos documentos
frios, mas do que fazemos deles e das interpretações que a eles damos. Assim, cem anos não podem ser iguais a trinta
ou quarenta. Eles nos tocam de maneira
diferente: é um marco, uma data completa, um ciclo inteiro. É mais que a soma de passos, desde o
primeiro, passando por cada um deles. É
uma referência de chegada.
É nosso. É humano
celebrar cem anos de maneira diferentemente especial. E por ser coisa de gente – mulheres e homens,
nós os festejamos do nosso jeito: dando graças àquele que estava no início
conosco, caminhou ao nosso lado todo este tempo e ainda permanece aqui,
presente e atuante.
É inimaginável não fazer nossas as palavras da
poesia sagrada de Davi: Se o Senhor não
estivesse do nosso lado; que Israel o repita... Sim, se não fosse o Senhor Jesus Cristo, a
igreja não chegaria onde chegou: O nosso
socorro está no nome do Senhor, que fez os céus e a terra. Bendito seja o Senhor! (Sl 124, versos 1,
6 e 8).
Contudo, amanhã, depois dos cem anos, o sol vai se
levantar novamente, como fez neste anos que para traz já ficam. E começaremos uma nova caminhada. Novos passos, novas pegadas, novas marcas a
se atingir que, a bem da verdade, apenas continuam as trilhas antigas.
Por isso, certamente também fazemos nossa a
disposição da família de Asafe: O que
ouvimos e aprendemos, o que nossos pais nos contaram, não os esconderemos dos
nossos filhos; contaremos à próxima geração os louváveis feitos do Senhor, o
seu poder e as maravilhas que fez (Sl 78:3-4).
Outros dias, meses ou anos virão até que o Senhor
da Igreja, o noivo, o Cordeiro em glória chegue para nos levar consigo. Então nos será dada a eternidade pela sua
graça.
Chegamos aos cem anos. Glória a Cristo, Senhor da Primeira Igreja
Batista de Aracaju.
(Texto
publicado originalmente no Informativo PIBA 2013)