terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

NO TANQUE DE BETESDA

 


 Em sua narração do Evangelho, João acompanha Jesus mais uma vez a Jerusalém por ocasião de uma festa (a partir de 5:1 – aqui o evangelista não especifica qual festa). 

Mas neste dia Jesus não entrou pela porta principal, ali ele não estava buscando as pompas da religião oficial do templo.  Ele entrou pela Porta das Ovelhas.

 

Antes de continuar a narrativa, deixe-me localizar a narrativa.  A Porta das Ovelhas era uma entrada secundária destinada aos animais a serem sacrificados e onde se poderia encontrar um grande número de pessoas necessitadas que aguardavam por qualquer tipo de auxílio (conforme é dito em 5:3).

Também por ali se tinha acesso ao Tanque de Betesda (em hebraico: בית חסדא – casa das azeitonas), um reservatório destinado às lavagens rituais e onde, pela tradição, se cria que um determinado anjo descia e agitava as águas promovendo cura.

 

Continuando a história, João conta que à beira do tanque Jesus encontrou um homem que jazia há trinta e oito anos aguardando para ser curado.  E a atenção de Mestre foi chamada para aquele homem. 

Após um diálogo rápido, Jesus lhe dá uma palavra direta: toma teu leito e anda (5:8).  E João diz que o homem imediatamente se viu curado. 

 

Mesmo tendo uma missão voltada a todo aquele que crer – uma visão ampla e geral – Jesus nunca se descuidou daqueles que individualmente careciam de seus cuidados.

 

Acontece que o ocorrido se deu num sábado.  Ora, isso causou indignação nos líderes judeus que questionaram: por que o homem estava trabalhando naquele dia – levando seu leito (confira o verso 10).

A resposta do homem é significativa: o mesmo que me curou me disse: toma o teu leito (5:11).

Assim, mesmo sem saber direito quem era Jesus, aquele homem reconheceu que alguém que detinha tamanho poder deveria ser certamente maior que o sábado e suas restrições apontadas pelos judeus.

 

(Na imagem lá em cima:
 detalhe da Porta das Ovelhas como pode ser visto ainda hoje em Jerusalém.
A foto foi registrada pela minha irmã Emília)

 

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