Em sua narração do Evangelho, João acompanha Jesus mais uma vez a Jerusalém por ocasião de uma festa (a partir de 5:1 – aqui o evangelista não especifica qual festa).
Mas neste dia Jesus não entrou pela porta
principal, ali ele não estava buscando as pompas da religião oficial do templo. Ele entrou pela Porta das Ovelhas.
Antes de continuar a narrativa, deixe-me localizar
a narrativa. A Porta das Ovelhas era uma
entrada secundária destinada aos animais a serem sacrificados e onde se poderia
encontrar um grande número de pessoas necessitadas que aguardavam por qualquer
tipo de auxílio (conforme é dito em 5:3).
Também por ali se tinha acesso ao Tanque de
Betesda (em hebraico: בית חסדא – casa das azeitonas), um reservatório
destinado às lavagens rituais e onde, pela tradição, se cria que um determinado
anjo descia e agitava as águas promovendo cura.
Continuando a história, João conta que à beira do
tanque Jesus encontrou um homem que jazia há trinta e oito anos aguardando para
ser curado. E a atenção de Mestre foi
chamada para aquele homem.
Após um diálogo rápido, Jesus lhe dá uma palavra
direta: toma teu leito e anda (5:8).
E João diz que o homem imediatamente se viu curado.
Mesmo tendo uma missão voltada a todo aquele que
crer – uma visão ampla e geral – Jesus nunca se descuidou daqueles que
individualmente careciam de seus cuidados.
Acontece que o ocorrido se deu num sábado. Ora, isso causou indignação nos líderes
judeus que questionaram: por que o homem estava trabalhando naquele dia –
levando seu leito (confira o verso 10).
A resposta do homem é significativa: o mesmo que me
curou me disse: toma o teu leito (5:11).
Assim, mesmo sem saber direito quem era Jesus,
aquele homem reconheceu que alguém que detinha tamanho poder deveria ser
certamente maior que o sábado e suas restrições apontadas pelos judeus.
(Na
imagem lá em cima:
detalhe da Porta das Ovelhas como pode ser visto ainda hoje em Jerusalém.
A foto foi registrada pela minha irmã Emília)
Nenhum comentário:
Postar um comentário