Mexendo em coisas de cozinha, André me veio com essa:
— Tem pão no céu?
E de pronto, sem nenhum tipo reflexão ou análise teológica eu respondi:
— Tem sim. Jesus é o pão da vida. E ele está no céu!
Passou-se algum tempo. As ideias ficaram lá num canto qualquer da cabeça. Ocupei-me com outras tarefas. E agora, retomo as cogitações.
Pensando bem: teologia e comida são irmãs. Talvez até não tenham nascido do mesmo útero, mas com certeza foram embaladas no mesmo colo.
Então, e quanto ao pão no céu? Vamos trabalhar com o conceito para chegar a uma resposta.
A Bíblia nunca forneceu uma cartografia precisa do porvir, nem deu detalhes do cardápio que será servido nas bodas do Cordeiro. Mas é fácil notar que a percepção do paraíso perdido nutriu a idealização do céu e o recheou de ilustrações. A nostalgia do Éden arquitetou o céu.
O Éden é pura fruição, é a delícia que nos sacia, é o lar que nos acolhe. O céu é a esperança de sua restauração. Então aquilo que a queda nos tirou, a graça nos concederá.
E assim os filhos de Israel – que viviam cercados das areias do deserto – descreveram seu paraíso como um jardim.
Se fossem siberianos citariam uma morada quentinha e aconchegante.
Mas a vida não se resume a geografia. A vida se faz mais que isso. E o Éden do náufrago é a terra firme, do órfão é o colo materno, do solitário é o abraço fraterno, do faminto é a mesa farta.
Esse vazio imenso que me consome por dentro como uma fome de vida, eu sei que receberei como um banquete eterno.
— Tem pão no céu?
— Sim. E tem mais. No céu tem jardim, tem morada quentinha, tem terra firme, tem colo materno, tem abraço fraterno e tem mesa farta.
"Porque ele vai enxugar toda lágrima que ainda molha seu rosto. Daí não haverá mais nem morte, nem choro, nem lamento, nem dor. É que tais coisas ficaram para trás" (Ap 21:4).
Gostei da reflexao, e depois dessa deu ate fome, hehehe. Abracao meu amigo!
ResponderExcluirQue bom.
ExcluirAquele que faz nova todas as coisas vai saciá-lo com suas infinitas guloseimas.
Abraço.