O livro de
Hebreus começa com a seguinte afirmação: "Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos
pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho, a quem
constituiu herdeiro de todas as coisas, e por quem fez também o mundo"
(1:1-2).
Neste
fantástico documento cristão primitivo que reputamos por inspirado – por estar
na Bíblia – o autor reconhece que nos tempos passados Deus havia falado.
Nosso Deus,
embora seja supremo e tremendo, ele se revela aos seus. Primeiramente aos pais pelos profetas, e
finalmente através de Jesus Cristo.
O que temos
aqui também é o testemunho primordial e bíblico de que o Livro Sagrado cristão
– oriundo da própria vontade e revelação de Deus – é duplo desde a sua origem.
Há uma parte
inicial que foi dada aos antepassados, mas que sozinha era incompleta,
dependendo de uma segunda parte que foi dada a partir da própria revelação do
Filho de Deus encarnado.
MAIS, POR QUE TESTAMENTO?
O termo já é
bastante conhecido. As duas partes da
Bíblia cristã são chamadas de Testamento:
o Antigo Testamento e o Novo Testamento.
Mas vamos nos
deter um pouco na palavra em si. A
palavra Testamento no dicionário quer dizer: "Ato gratuito pelo qual
alguém dispõe de seu patrimônio para depois de sua morte".
Biblicamente o
termo é usado para significar pacto, aliança, concerto ou acerto feito entre
Deus e os seres humanos. A própria Bíblia se refere a vários deles com maior ou
menor extensão e implicação. Vejamos alguns exemplos:
§ A Noé Deus
disse: "Contigo estabelecerei o meu
pacto" (Gn 6:18).
§ Sobre Abraão
é dito: "Fez o Senhor um pacto com
Abrão" (Gn 15:18).
§ Em relação
aos filhos de Israel o próprio Deus afirma: "Estabeleci o meu pacto com eles" (Êx 6:4).
§ A arca
sagrada diante da qual o culto em Israel era oficiado é chamada de "Arca da Aliança" (Nm 10:33 / 1Rs
3:15 / Ap 11:19).
§ O sangue de
Cristo foi derramado como selo do novo pacto
(1Co 11:25).
§ É
testificado aos Hebreus que em Cristo foi estabelecido uma nova e superior
aliança (Hb 8:6).
§ Assim as
duas grandes divisões da Bíblia são o registro das duas grandes alianças
estabelecidas entre Deus e a humanidade.
Ao longo da
história humana, Deus sempre tomou a iniciativa de vir ao encontro do ser humano.
Mesmo caídos e rebeldes, homens e mulheres continuaram sendo as amadas
criaturas de Deus que as procura como filhos.
Nesta procura,
Deus estabeleceu acertos, pactos, alianças, testamentos e os deixou registrados
para que em todas as épocas todos pudessem ter acesso ao mesmo amor
misericordioso do Pai-Criador.
Sendo assim,
ainda hoje podemos crer em um Deus que se importa fundamentalmente conosco, nos
propondo um acerto de vida. Em Cristo podemos fazer um testamento eterno com
Deus, baseado nas promessas que ele nos deixou escrito desde os tempos antigos.
Façamos pactos
com ele.
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