sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

JESUS E A COMPREENSÃO DO CULTO


O encontro de Jesus com a mulher de Samaria é singular em vários aspectos (leia a narração em Jo 4).
Nele é possível observar um dos únicos momentos em que o Mestre aborda claramente o tema da adoração e do culto como um ato formal e coletivo, além de dar instruções sobre o mesmo.
Em outras ocasiões Jesus repreendeu Satanás afirmando que a adoração deveria ser exclusiva a Deus (Mt 4:10); falou do quarto fechado como o lugar onde deve principiar a adoração (Mt 6:6) e criticou a tradição farisaica que distanciava os lábios do coração adorador (Mt 15:9). Mas é ali, junto ao Poço de Jacó, que o padrão de adoração pretendido por Jesus Cristo fica mais claro.
Deus é Espírito”. Esta afirmação básica concentra todo o direcionamento que o culto deve ter na igreja. E é por isso que a adoração deve ser em espírito.
Por adoração espiritual entendo aquela que não está necessariamente vinculada a um espaço físico, ou precise de objetos para acontecer.
O altar físico, as vestes, o óleo, os elementos das ordenanças, bem como quaisquer outros recursos históricos podem até ser úteis como instrumentos para que o culto aconteça; mas somente um espírito sincero, que expresse humildade, gratidão e contrição é que prestará uma adoração verdadeira ao Senhor.
Ainda sobre a espiritualidade da adoração quero enfatizar que ritos, tradições e arranjo formal também podem muito ajudar na condução do culto, mas não trarão a nenhuma reunião a presença do Deus espiritual – condição para que haja culto. Só o nome santo de Jesus sendo invocado (leia mais uma vez Mt 18:20).
E indo um pouco além na fala de Jesus: o culto espiritual deve também ser celebrado em verdade – espiritualidade e racionalidade: um é tão fundamental quanto o outro.
Olhando nesta perspectiva a crítica de Jesus ganha significado: “vocês adoram o que não conhecem” (Jo 4:22).
Para Jesus, a verdadeira adoração espiritual tem que incluir o conhecimento daquele a quem prestamos culto. Assim um elemento didático deve sempre estar incluído na adoração: pregação da Palavra, reflexão, estudo e conhecimento verdadeiro de Deus devem ser parte integrante da adoração conforme Jesus instruiu (a instrução ao obreiro Timóteo deve ser sempre lembrada em nossos cultos – veja 2Tm 4:2).
Foi assim que Jesus compreendeu o culto. Foi assim que o ensinou à mulher de Samaria na beira do poço. É assim que devo conduzir minha celebração de culto.


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