sexta-feira, 27 de julho de 2018

TENHO SEDE


Uma das últimas palavras proferidas por Jesus na cruz foi: Tenho sede! (Jo 19:28). Mais que uma simples exclamação de um moribundo, a expressão na boca do Mestre naquele momento demonstra muito para nós – os seus seguidores – sobre quem era aquele homem e o que estava fazendo ali.
O próprio evangelista observa no verso citado que aquela exclamação foi feita para se cumprir a Escritura. O brado de Jesus na cruz nos diz claramente que o sacrifício ali executado era a cumprimento do propósito eterno de Deus. Lá no Éden diante do primeiro casal o Senhor havia prometido que o descendente da mulher feriria a cabeça da serpente (confirme em Gn 3:14).
Deus planejou cuidadosamente o resgate do ser humano e no tempo apropriado Cristo cumpriu o plano divino (veja Gl 4:4). Naquela na cruz Jesus estampava que a Palavra de Deus sempre se cumpre – o próprio Mestre declarou em Mt 24:35.
O grito de Jesus na cruz também mostra que ali na cruz estava não apenas a divindade encarnada, mas também um ser humano completo. Sabemos que para o sacrifício savífico para ser válido teria que ser executado por um homem. Ao dizer que tinha sede, Jesus estava deixando bem claro que era na condição de homem que assumia a maldição do madeiro.
Sobre isso é bom citar as palavras encontradas em Hebreus ao observar que Jesus se apresentou como o sumo-sacerdote que pode demonstrar compaixão por ter sido em tudo testado como ser humano, mas apenas sem pecado (leia em Hb 4:15).
Finalmente, ao ouvir Jesus exclamando desta forma no Calvário compreendemos até que ponto ele teve de se sacrificar para se apresentar como o salvador. Paulo escrevendo aos filipenses fala que Jesus esvaziou-se de todo o direito que lhe cabia como Deus para viver como servo e morrer na mais humilhante condição (é o hino cristológico de Fl 2:6-11).
Mas graças a Deus que quando trazemos a memória os eventos da cruz sabemos que a história da cruz não acaba na sede. Voltando a Paulo, ele afirma que, depois de tudo, o Filho unigênito de Deus venceu o último adversário e foi exaltado acima de todo nome (compare ainda com 1Co 15:54).
Assim, contemplemos a Jesus na cruz. E enquanto o ouvimos exclamar sua sede na certeza de que ali está o completamente Deus e o completamente homem saibamos: foi com sua obra e sacrifício que ele nos resgatou e que por isso devemos louvá-lo sempre. Para a glória de Deus.

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