Ao
abordar o tema da Ceia do Senhor, sua doutrina e prática, o apóstolo Paulo
incluiu a seguinte instrução: Examine-se
cada um a si mesmo (a instrução completa está em 1Co 11:17-34 e
especificamente o verso 28).
Ao
trazer este tema para o contexto da celebração cristã, Paulo estava dizendo
compreender que embora a Ceia seja um momento essencialmente gregário, daí ser
comunhão e requerer comunidade, ela, como toda a celebração, adoração e culto
público pressupõe que antes deve haver a experiência do quarto fechado (é como
se dissesse que o convite do Sl 34:3 só acontecerá depois de cumprido Mt
6:6). Assim, hoje, quando trago os elementos para a Mesa do Senhor na
comunhão da igreja devo primeiramente já ter comungado como Pai que vê em
secreto. E o que isso quer me dizer?
Inicialmente
que toda relação com Deus é individualizada em sua origem. Embora o
próprio Jesus tenha pregado às multidões e tenha reunido uma igreja, seu
convite ao relacionamento é unitário (nos evangelhos sinóticos temos o desafio
da cruz individual – Mt 16:24; Mc 8:34 e Lc 9:23).
Posso
acrescentar a ilustração do novo nascimento dita a Nicodemos (em Jo 3:3) como
algo extremamente individual; bem como a argumentação profética sobre a
responsabilidade pessoal (em Ez 18).
Na Ceia
do Senhor sou confrontado individualmente com o crucificado e meu
relacionamento com ele é profundamente avaliado. Como Deus fez com Adão
(lembre Gn 3:8-9); minha história, meus compromissos e prioridades, minha fé,
tudo o que tenho e sou deve ser pesado diante da cruz para que então, e só
então, eu possa comer dignamente da Ceia.
Mas é
aqui que detecto o problema: assim como Paulo confessou aos Romanos, embora
conheça e deseje fazer o bem, o mal insiste em me rodear (leia Rm
7:18-25). Na Ceia reconheço-me miserável pecador e por isso mesmo
suplicante e carente da graça que vem de Jesus e que me livra do corpo sujeito
à morte.
Assim,
diante do que percebo após o auto-exame, só me resta uma única alternativa:
fazer minha a oração do salmista:
Sonda-me, ó Deus;
e conhece o meu coração;
prova-me, e conhece as minhas inquietações.
Vê se em minha conduta algo te ofende,
e dirige-me pelo caminho eterno.
(Sl 139:23-24)
e conhece o meu coração;
prova-me, e conhece as minhas inquietações.
Vê se em minha conduta algo te ofende,
e dirige-me pelo caminho eterno.
(Sl 139:23-24)
Comamos
e bebamos na Mesa do Senhor com esta oração no coração e uma canção nos lábios,
para sua glória.
(Publicado inicialmente em 13 de novembro de 2009 no sítio
ibsolnascente.blogspot.com)
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