sexta-feira, 12 de junho de 2015

O PEIXE E O CRISTIANISMO

Durante os primeiros tempos de sua existência, o cristianismo sofreu severas perseguições.  Os seguidores de Cristo se viam ameaçados por todo o lado.  Então eles encontraram uma maneira de declarar a sua fé, de se identificarem uns aos outros com relativa segurança e até de disporem de um recursos altamente didático para se referirem à sua fé: O PEIXE.
A figura do peixe sempre esteve ligado ao movimento de Jesus.  Veja: alguns de seus primeiros seguidores viviam da pesca – lembra de Simão Pedro e sua equipe?.  Ao multiplicar pães, os peixinhos também estavam lá.  Depois da ressurreição, Jesus serviu um bom churrasco de peixe à beira-mar para motivar a reunião de restauração de Pedro.  E tem mais: como símbolo de vida e alimento, o peixe é sempre oportuno.  Então serviu como modelo.
Mas tinha a questão do nome.  E penso que este foi o fator mais importante.  Na língua grega, entre as comunidades onde o cristianismo chegou desde o início a palavra peixe – Ίχθύς – fornece um anagrama – um jogo de palavras a partir das suas letras – que expressa o resumo da fé do cristão: Jesus Cristo, Filho de Deus – Salvador.
Além de ser facilmente rascunhado em qualquer lugar.
E foi assim que aquelas primeiras gerações de cristãos saíram marcando sua trajetória com o símbolo do peixe em todo canto que chegavam: iam se identificando, declarando a sua fé em Jesus Cristo como o único e verdadeiro Filho de Deus e como o suficiente Salvador e Senhor de suas vidas.
E nos deixaram este legado.  Por esse peixe, homens e mulheres de fé, a maioria deles permanecem anônimos para nós até hoje, deram as suas vidas para não negar o Jesus Cristo o qual reconheciam como Filho de Deus e Salvador.  Valia a pena viver e morrer por ele.  E foi assim que o cristianismo se propagou e chegou até nós.
Hoje eu vejo o peixe por aí em camisas, adesivos, capas, placas e estandartes e sei lá mais o quê.  Ele se tornou um bem de utilidade comercial – dá dinheiro!!!  O peixinho virou suvenir de crente!
Eu sei que o tempo é outro, mas e a fé? 
Entendo que talvez o nosso cristianismo tenha se tornado por demais confortável para precisar de algo parecido.  D. Bonhoeffer chamou isso de graça barata.  Talvez seja isso mesmo.  Ao nos acomodarmos com a graça, acabamos por esquecer o valor que ela tem.  E saímos por aí atribuindo valor ao que realmente não deveria ter. 
Em terra brasileiras nossa fé não precisa mais ser escondida.  Dizem que até dá status falar que "virou crente!".  Então nossas marcas e símbolos, outrora tão caros, já não valem vidas; valem cifrões!  Já não precisam ser escondidas e disfarçadas por segurança; devem ser expostas para poder ser vendida.
E a nossa fé virou isso aí.  Então eu pergunto: Será que já não precisamos de um outro peixe?  Será que já não precisamos novamente de um símbolo que nos faça marcar nossa vida com a declaração de nossa convicção de que só há um único Deus e Salvador: Jesus Cristo – será?
Bem, enquanto vasculho minhas idéias e almas alinhavando respostas, aí vai o anagrama grego do peixe:


Um comentário:

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