Ainda ontem, em uma avenida aqui em Aracaju, na
minha frente estava um carro com placa de São Paulo parado no sinal (como era
de lá, vai como se fosse paulista: "parado no farol") e pude ler o
que o cidadão escreveu no vidro (a foto que tirei na hora com o celular não
ficou muito boa, mas está aí):
Faço o que
posso.
Deus me dá
o que mereço.
Não sei se fez aquilo por idiotice, desinformação
ou ele acredita mesmo naquela frase. A
verdade é que, confrontando tal ideia com o que diz a Bíblia, a coisa fica
séria.
Quanto a primeira afirmação: Faço o que posso, não há muito drama, embora deva-se manter um
sinal de alerta sempre ligado. Fazer o
que se pode não é o problema. Veja dois
exemplos bíblicos:
O texto diz que Cornélio era um homem piedoso e
religioso. Ele fez o que pôde. Então Deus providenciou completar o que lhe
faltava e mandou o apóstolo Pedro ao seu encontro como resposta às suas orações
(a história está narrada em At 10).
Neste caso, suas intenções e ações foram válidas, embora não
suficientes.
Um outro
caso: o jovem rico que procurou Jesus querendo saber como alcançar a vida
eterna, também tinha feito o que podia ao longo de sua vida. Ele era cumpridor da lei desde a
infância. Mas, no caso dele, Jesus
entendeu que não bastava. Era preciso
abandonar as riquezas e o apelo delas para poder seguir e alcançar a vida (a
história está narrada nos três evangelhos sinóticos – Mt 19:16-24 / Mc 10:17-31
/ Lc 18:18-30).
Ou seja, embora seja interessante – e até
necessário – fazer o possível para valorizar o Reino de Deus, se for só isso,
está muito longe de ser significativo quando o assunto é a vida que Cristo nos
oferece (considere ainda Jo 10:10).
Então vem a segunda frase: Deus me dá o que mereço. E
aqui está todo o problema! Aplicando um
simples raciocínio lógico à palavras bíblicas chego a conclusão que, como ser
humano pecador sou (Rm 3:23), o que eu realmente mereço é a condenação e a
morte (Ez 18:3 e Rm 6:23). Neste caso é
melhor Deus não me dá o que de fato eu mereço.
E graças a Deus ele não me dá nada do que
mereço. O mesmo texto aos Romanos (6:23),
aliado a outros tantos que me falam da graça que advém do amor e do sacrifício
de Cristo (por exemplo Ef 2:8-10 e 1Pe 1:3-9), garante que a dádiva que recebo
de Deus não é resultado de merecimento algum (ainda bem!) mas da única e
exclusiva graça dele (considere também Tg 1:16-18). E assim eu vou continuar crendo, pois minha vida
depende disso.
Quanto ao que o cidadão escreveu, volto a dizer:
não sei se fez aquilo por idiotice, desinformação ou ele acredita mesmo naquela
frase. O que eu sei é que bem melhor
será ele abandonar esta insanidade de merecimento e voltar-se humilde e
confiante para a graça de Cristo, pois ela nos basta.
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Muito bem observado, pois somos pecadores e na maioria das vezes não temos consciência da gravidade de nossos erros que muitas das vezes são imperceptíveis. Ainda bem que Deus não me deu o que mereço, pois se tivesse feito acredito que estaria em péssimas situações. Estamos debaixo da graça de Deus e de seu amor incondicional, por isso ainda estamos vivos com oportunidade de arrependimento para uma vida digna diante de Deus e uma futura vida eterna...
ResponderExcluirÉ realmente a graça que nos salva. Por isso sempre glorificamos a Cristo.
ExcluirAbs.