terça-feira, 14 de junho de 2011

Fruto do Espírito - PAZ

A paz é o terceiro bago da jaca que Paulo retira da fruta e me oferece para saborear.  Pensar na paz hoje é citar assuntos palpitantes que estão na ordem do dia dos governos, organismos internacionais e instituições sérias preocupadas com o futuro do planeta: as revoltas do mundo árabe, conflitos na Palestina, narcotraficantes, Al Qaeda, ecologia, racismo etc... 
Realmente, embora tudo isso até faça sentido e seja importante, não os quero discutir agora.  O apóstolo também poderia considerar estes temas, mas me parece que ele está compartilhando um fruto mais particular e internalizado.
Seguindo esta linha de raciocínio, duas citações que os evangelhos fazem de Jesus me sobressaem naturalmente e para os quais eu quero chamar a sua atenção nesta reflexão sobre o fruto do Espírito caracterizado como paz.  João cita: "Deixo-vos a paz" (em Jo 14:27), e Mateus: "Bem-aventurados os pacificadores" (em Mt 5:9).
Quando Jesus, já em seus últimos discursos, anunciou que sobre seus seguidores estaria deixando a sua paz, ele estava disponibilizando algo que era próprio de sua natureza (lembre que ele foi anunciado como Príncipe da Paz em Is 9:6).  É o próprio Jesus quem explica: a paz que ele estava incutindo era a sua paz, como uma característica marcante e peculiar, não uma paz bélica ou forçada – como faziam os romanos – ou como daqueles que a procuram preparando-se para a guerra; mas a paz dos que não se perturbam nem têm medo, a paz dos desarmados, a paz dos que são simplesmente pacificadores.
Antes, contudo de falar nos pacificadores, deixe-me mexer na jaca.  A paz do Espírito na vida do crente é como o gosto da jaca que é próprio e inconfundível em qualquer dos seus bagos.  Não é preciso lhe acrescentar nada, nem açúcar, nem corante ou outro qualquer aditivo.  O seu gosto está ali, bastar saborear.  A paz está ali, basta experimentar.
Voltemos aos pacificadores.  Jesus afirmou que eles serão reconhecidos como filhos de Deus.  Por trazerem no seu íntimo a essência da verdadeira paz, característica intrínseca da fruta, e, como ela, espalharem seu sabor próprio onde andam, tais pessoas são sim portadoras de um DNA próprio de Deus. 
Como o bago da jaca: ela é o que é e tem o gosto único que tem porque nasceu e frutificou assim.  Está na sua programação biológica.  Como fruta saudável ela não pode negar a ser o que é. Basta deixar-se amadurecer e impregnar os que o rodeiam com suas características.
Agora, depois que a paz, como o gosto da jaca, já me determinou por dentro, como recebedor e herdeiro da graciosa paz com a qual Jesus me forjou; então agora eu até posso pensar e trabalhar pela paz nas revoltas do mundo árabe, conflitos na Palestina, narcotraficantes, Al Qaeda, ecologia, racismo etc...

2 comentários:

  1. vejo no cotidiano que para viver essa paz dos pacificadores temos que ter atitudes distintas das pessoas com quem convivemos, já que dentro dessa paz não existe a vingança e sim o perdão, coisa de tolo nos nossos dias, mas prefiro ser tolo para todos do que me sentir tolo por não fazer o certo!

    Afonso Ramalho

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  2. Querido Afonso,
    Boas as suas palavras. Num tempo como este de agora em que vivemos, para encarnarmos esta paz como fruto do Espírito é preciso realmente desprezar os valores do mundo - o que implica algumas vezes parecer tolo. Mas o cheiro e gosto da jaca valem a pena.
    Obrigado pela postagem e um abraço.

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