terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

ENDIREITAI O CAMINHO

Em toda palavra profética, junto à denúncia do pecado perante Deus, vem também uma palavra que aponta para conforto e esperança. O objetivo divino em ordenar sua palavra aos profetas, nunca é apenas se vingar ou castigar o povo derramando sua ira, mas é os chamar ao arrependimento, trazendo-os de volta à comunhão.

Assim também foi com a profecia de Jeremias. Ele denunciou o quadro triste em que o povo vivia, mas, mesmo aqui, uma palavra de chamada ao retorno ficaria evidente:

“Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Endireitai os vossos caminhos e as vossas ações, e vos farei habitar neste lugar” (7.3). Esse sempre foi o objetivo do Senhor ao enviar seus profetas: fazer com que o povo tivesse oportunidade de corrigir suas rotas e se voltarem para ele.

Certamente o castigo pelo pecado é a sua consequência inevitável. Sempre haverá, contudo, uma promessa que acompanha à sentença: “pois assim diz o SENHOR: Toda esta terra ficará destruída; mas não a consumirei totalmente (4.27).

Mas nessa relação de anúncio profético, castigo e esperança, algumas condições deveriam ser observadas.

Começando pela sinceridade do coração. Se a palavra do profeta é sempre um chamado ao arrependimento e à volta ao Senhor, esse movimento não pode ser feito com falsidade. Por isso o chamado é sempre para que haja um coração verdadeiro e sem fingimento diante de Senhor (3.9,10) e nem falsidade nas palavras (5.2). Ou seja, que a verdadeira aliança aconteça nos corações e não apenas como ritual exterior (4.4).

Então, como isso deverá acontecer? Eis a relação de atitudes que são requeridas pelo Senhor: “Mas se de fato endireitardes os vossos caminhos e as vossas ações; se realmente praticardes a justiça entre um homem e o seu próximo; se não oprimirdes o estrangeiro, o órfão e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, nem seguirdes outros deuses para vosso próprio mal, então eu vos farei habitar neste lugar (7.5-7).

Deus continua tendo interesse em atrair e corrigir seu povo. Nunca foi a vontade do Senhor apenas derramar sua ira como um ato punitivo e vingativo. Ele é amor e isso deve estar sempre presente nas palavras proféticas.

 

(A partir da revista “COMPROMISSO” – Convicção Editora – Ano CXVII – nº 468)

  

No mesmo tema, sugiro ampliar sua leitura no artigo “Por que Deus dá a profecia?” onde eu concluo que “Deus dá a profecia para que o mundo – criação conjunta de Deus e seres humanos – possa não ser abandonado à sorte do tem de ser, mas que possa ser vislumbrado sob a ótica do pode ser.”  Acesse no Escrevinhando no link.

 

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