Em toda palavra profética, junto à denúncia do pecado perante Deus, vem
também uma palavra que aponta para conforto e esperança. O objetivo divino em
ordenar sua palavra aos profetas, nunca é apenas se vingar ou castigar o povo
derramando sua ira, mas é os chamar ao arrependimento, trazendo-os de volta à
comunhão.
Assim também foi com a profecia de Jeremias. Ele denunciou o quadro triste
em que o povo vivia, mas, mesmo aqui, uma palavra de chamada ao retorno ficaria
evidente:
“Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Endireitai os
vossos caminhos e as vossas ações, e vos farei habitar neste lugar” (7.3). Esse
sempre foi o objetivo do Senhor ao enviar seus profetas: fazer com que o povo
tivesse oportunidade de corrigir suas rotas e se voltarem para ele.
Certamente o castigo pelo pecado é a sua consequência inevitável. Sempre
haverá, contudo, uma promessa que acompanha à sentença: “pois assim diz o
SENHOR: Toda esta terra ficará destruída; mas não a consumirei totalmente (4.27).
Mas nessa relação de anúncio profético, castigo e esperança, algumas
condições deveriam ser observadas.
Começando pela sinceridade do coração. Se a palavra do profeta é sempre
um chamado ao arrependimento e à volta ao Senhor, esse movimento não pode ser
feito com falsidade. Por isso o chamado é sempre para que haja um coração
verdadeiro e sem fingimento diante de Senhor (3.9,10) e nem falsidade nas
palavras (5.2). Ou seja, que a verdadeira aliança aconteça nos corações e não
apenas como ritual exterior (4.4).
Então, como isso deverá acontecer? Eis a relação de atitudes que são
requeridas pelo Senhor: “Mas se de fato endireitardes os vossos caminhos e as
vossas ações; se realmente praticardes a justiça entre um homem e o seu
próximo; se não oprimirdes o estrangeiro, o órfão e a viúva, nem derramardes
sangue inocente neste lugar, nem seguirdes outros deuses para vosso próprio mal,
então eu vos farei habitar neste lugar (7.5-7).
Deus continua tendo interesse em atrair e corrigir seu povo. Nunca foi a
vontade do Senhor apenas derramar sua ira como um ato punitivo e vingativo. Ele
é amor e isso deve estar sempre presente nas palavras proféticas.
(A partir da
revista “COMPROMISSO” – Convicção Editora – Ano CXVII – nº 468)
No mesmo tema, sugiro ampliar sua leitura no artigo “Por que Deus dá a profecia?” onde eu concluo que “Deus
dá a profecia para que o mundo – criação conjunta de Deus e seres humanos –
possa não ser abandonado à sorte do tem de ser, mas que possa ser vislumbrado
sob a ótica do pode ser.” Acesse no
Escrevinhando no link.
Nenhum comentário:
Postar um comentário