Examinando
as explanações do apóstolo Paulo nas suas cartas às Igrejas, quando ele tratou
de instruir sobre o tema dos dons, pelo menos quatro verdades podem ser
aprendidas.
No texto de 1Co 12:1 Paulo disse claramente que
não desejava que os cristãos fossem ignorantes quanto aos dons espirituais. Ou seja, devemos conhecer sobre o assunto.
É natural que um crente novo não conheça, ou tenha
dúvidas, sobre um tema tão especifico como esse – mesmo porque tem sido alvo de
incontáveis debates e controvérsias na caminhada da igreja ao longo da
história. Os dons estão presentes na
igreja e por isso a igreja precisa ser instruída sobre eles para ser capaz de
vivenciá-los de maneira cristã, santa e saudável.
Aos Romanos (Rm 12:6) Paulo registrou que há
diferentes e múltiplos dons que são distribuídos de acordo com a graça que nos
é dada. Nunca deve haver ênfase em um
único dom, ou colocar algum em primazia em relação a outros.
A variedade de dons que se manifestam na vida
igreja representa também a variedade das manifestações do próprio Espírito que
ministra de modo diferente em contextos diversos e níveis distintos na
comunidade. Mas, em hipótese alguma,
isso deve indicar hierarquia e valorização de qualquer dos dons.
Novamente aos coríntios (1Co 12:28), Paulo
especificou que o lugar onde os dons são manifestados é a igreja. É em meio a comunidade de fé que as
ocorrências dos dons, carismas e ministérios serão percebidos e experimentados. Será, pois, na igreja que eles serão
atestados e confirmados.
Também será para a igreja que cada dom deverá ser
exercido em sua plenitude. Os dons nunca
são outorgados pelo Espírito para proveito individual. Pessoalmente o fiel que recebe algum dom pode
até se sentir beneficiado com ele, mas esse não será o objetivo da dádiva
espiritual recebida, e sim todo o Corpo de Cristo.
E mais adiante (1Co 14:1) Paulo instruiu os
cristãos do Corinto a buscarem com dedicação os dons espirituais – dando
destaque aqui à profecia.
A indicação bíblica, porém, de ser recomendável
que cada cristão busque e se encaminhe na direção de alcançar ser agraciado com
os mais distintos dons no exercício de sua vida cristã não deve nunca nos fazer
esquecer que, embora se deseje receber dons, a sua distribuição é unicamente da
competência do próprio Espírito Santo que os dá conforme ele mesmo entende ser
de sua administração.
(Da Revista DIDASKAIA – 1º quadrimestre / 2023 –
IBODANTAS)