terça-feira, 19 de novembro de 2019

GILBERTO FREYRE E O PROTESTANTISMO BRASILEIRO


Gilberto Freyre, natural de Recife – Pernambuco, foi um dos intelectuais mais brilhantes que o Brasil conheceu no século XX.  Iniciou sua educação formal no Colégio Americano Batista do Recife e depois concluiu seus estudos superiores nos Estados Unidos, onde passou a estudar e publicar sobre o Brasil a partir do ponto de vista sociológico e antropológico.
Em sua palestra na Conferência do Nordeste, proferida em 1962 no Recife e intitulada: “O artista: servo dos que sofrem”, Gilberto Freyre assim analisou o protestantismo brasileiro:

É curioso que até agora o cristianismo evangélico só tenha concorrido salientemente para enriquecer a cultura brasileira com insignes gramáticos (...).  É tempo de o cristianismo brasileiro evangélico ir além e concorrer para esse enriquecimento com um escritor do porte e da fama revolucionária, eu diria também, de Euclides da Cunha; com um poeta da grandeza de Manuel Bandeira; com um compositor que seja outro Villa-Lobos, que componha baquianas brasileiras que sejam a interpretação ao mesmo tempo evangélica e brasileira de Bach.  Também um caricaturista ou teatrólogo revolucionariamente evangélico que pela caricatura ou pelo teatro denuncie os abusos dos ricos que para conservarem um privilégio de classe pretende se fazer passar por defensores ou conservadores de tradições religiosas ou mesmo do que se intitula às vezes, pomposa e hipocritamente, civilização cristã (...).  Acompanharei desde agora com maior simpatia aquelas suas atividades cristocêntricas que se desenvolvam em benefício do Brasil, e adaptando-se ao Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário