Um
grupo de moléstias entre as mais comum no Brasil ao longo de sua
história são as verminoses.
E, sem nenhum tipo de preconceito, verme é um problema que atinge a
todos, tanto da cidade quanto do campo, tanto crianças quanto
adultos, tanto homens quanto mulheres, tanto ricos como pobres. É
um mal infelizmente geral e igualitário!
Vamos
às definições para entender melhor. A primeira constatação deve
ser no sentido de esclarecer que não se trata de uma doença única
(por isso o uso do plural). Trata-se de um conjunto de doenças.
Daí prevenções, causas, cuidados e tratamentos serem também
diferenciados.
Segundo
o site
do Ministério da Saúde, “verminoses é um grupo de doenças
causadas por vermes parasitas que se instalam no organismo. Causadas
especialmente pela falta de saneamento básico e hábitos de higiene,
os vermes geralmente se alojam nos intestinos, mas podem abrigar-se
também em órgãos, como o fígado, pulmões e cérebro”.
Outra
definição também importante é o conceito de verme – ou
parasita. De acordo com o Dicionário Michaelis: “diz-se de ou
organismo que vive em outro organismo (hospedeiro), dele retirando
seu alimento e geralmente causando-lhe dano”.
Os
casos mais comuns de verminoses que atacam o brasileiro são a
ascaridíase (mais conhecida como lombrigas), a teníase (ou
solitária), a esquistossomose, a oxiuríase e a tricuríase.
Mas
essa compreensão é apenas o ponto de partida para uma constatação
maior e mais dura. Embora estejamos estudando nessa série sobre
doenças da alma que afligem os crentes, muitas vezes de maneira
individual e pessoal. Creio que aqui o problema se mostra mais grave
e contundente. Há verminoses atacando e infectando a igreja
brasileira. É um mal infelizmente geral e igualitário!
Considere
comigo. A igreja é um corpo – o apóstolo Paulo disse isso de
maneira clara e direta em 1Co 12:27. E como corpo que somos, temos
sido atacados por vermes e parasitas que têm trazido danos à igreja
como um organismo vivo como um todo.
Eu
sei que tudo deve começar com o indivíduo que vem à comunidade
cristã para cultuar e comungar. E é para eles que a advertência
do Salmo faz sentido:
Quem
subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo?
–
Aquele
que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua
alma à vaidade, nem jura enganosamente
(Sl 24:3-4).
E
lembre que verminose está ligada a problemas de limpeza e higiene!
Porém
o problema realmente fica mais sério quando levamos nosso olhar para
a igreja como um corpo. Ela está contaminada com parasitas.
A
igreja vive de maneira contante e inevitável em meio a um mundo
terrivelmente contaminado. Foi Jesus quem constatou quando rogou que
não nos tirasse desse mundo, apenas que nos livrasse da contaminação
dos vermes que habitam nele (na oração descrita em Jo 17:15).
E
entendo que a instrução apostólica tem esse contexto quando
alerta: Vivei,
acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo
(Fl 1:17).
Mas
muitas vezes a falta de higiene espiritual e cuidados com a vida
santa e o proceder cristão, a frouxidão moral, o desleixo com as
pequenas atitudes tem infestado a igreja de parasitas que estão
sugando nutrientes indispensáveis à vida saudável do corpo de
Cristo e lhe causando danos tremendos.
Penso
que as pequenas raposinhas para as quais Ct 2:15 já nos alertava
também podem ser observadas aqui. São pequenas atitudes, brechas e
vacilos. São pequenas concessões que nunca deveriam ser dadas pelo
Corpo de Cristo, mas que nos infectam de vermes e parasitas e vão-lhe
destruindo a sua saúde espiritual.
Considere
que orgulho, vaidade, murmuração, fofoca, partidarismo, ciúmes (e
a lista de obras da carne é grande…), são parasitas que como
doenças se instalam na alma da igreja e a destroem.
Porém,
contra todo esse tipo de infestação parasita só há uma
salvaguarda realmente eficaz, é o próprio Cristo, nosso médico
sanitarista supremo quem diz: Vós
já estás limpos pela palavra que vos tenho falado; permanecei em
mim, e eu permanecerei em vós (Jo
15:3-4).