É importante voltar nossa atenção aos princípios e exemplos que o
Mestre Jesus nos deixou e como a primeira comunidade de cristãos se posicionou
quanto ao tema do pluralismo religioso.
Jesus afirmou que estabeleceria sua igreja sobre o fundamento da
crença de que ele é o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16:16-18).
Ainda respondendo aos líderes religiosos, Jesus reafirmou os dois
princípios fundamentais do Reino que ele estava anunciando: o primeiro é amar a
Deus e o segundo – semelhante a esse – amar o próximo (Mt 22:36-40); desses
princípios haveria de derivar toda a interpretação da sua Palavra e firmar a
base doutrinária da igreja.
Na vivência missionária do apóstolo Paulo, porém, observamos com
maior clareza como os cristãos primitivos lidaram como pluralismo religioso de
seu tempo. E essa compreensão deve
trazer lições para nossa vida hoje.
Em sua segunda viagem missionaria (At 16), Paulo e Silas chegaram
à cidade de Filipos e ali encontrou uma jovem que era explorada pela
religiosidade de homens que lucravam com as adivinhações dela. A atitude deles foi libertar a jovem do
espírito a afligia. Eles sabiam que o
Cristo que eles anunciavam não pode concordar com a exploração de qualquer
forma ou ceder diante da degradação da vida humana. Porque Jesus ama e morreu por cada ser humano
a nossa pregação e diálogo religioso deve trazer vida e dignidade a todos.
Prosseguindo sua viagem, os missionários chegaram a Atenas – a
grande e plural cidade grega (At 17).
Ali Paulo observou que o lugar estava cheio de ídolos. Mas o apóstolo, mesmo indignado com a
situação, usou o pluralismo religioso local para apresentar sua mensagem cristã:
“Ora, o que vocês adoram, apesar de não conhecerem, eu lhes anuncio” (At 17:23). Sem negociar seus valores e mensagem, Paulo
buscou um diálogo produtivo com aquela manifestação religiosa e afim de que
pudesse reafirmar e anunciar sua fé.
E do nosso tempo devemos ouvir as palavras do sul-africano Desmond
Tutu “reconhecer que outros credos devem ser respeitados e que obviamente
proclamam verdades religiosas profundas, entretanto, não equivale a dizer que
todos os credos são iguais. Está claro que não são iguais”.
(Da Revista DIDASKALIA – 1º
quadrimestre / 2023 – IBODANTAS)
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