sexta-feira, 12 de abril de 2013

CONSIDERAÇÕES APOSTÓLICAS


Nos finais de suas cartas, o apóstolo Paulo sempre aproveita para fazer algumas considerações finais – naquilo que eu chamaria de bilhetes de encaminhamento – através das quais apresenta recomendações, manda recados, dá instruções e faz pedidos; sempre num tom pessoal.  São nestes bilhetes que o teólogo dá lugar ao homem, e o doutrinador ao irmão.
Isto é o que ocorre com a primeira carta aos coríntios. Mantendo seu estilo peculiar, Paulo enxerta algumas recomendações em forma de frases rápidas como quem quer dizer: no meio disso tudo – na sua vida cotidiana – façam a diferença (os versos são 1Co 16:13-14).  Assim, também quase que só citando, vejamos o pedido pessoal do apóstolo para a igreja de Deus que está em Corinto.
Estejam vigilantes. Para se fazer diferença no mundo em que se vive é preciso estar vigiando, estar alerta, pronto para agir com destreza e habilidade (o próprio Paulo cita a sobriedade em 1Ts 5:6 – sobre orar e vigiar leia Mc 13:33).
Mantenham-se firmes na fé. Alguns princípios de nossa fé nos são fundamentais; servem como alicerces para tudo o que cremos e fazemos.  É preciso estar bem apoiado neles (ainda é o apóstolo que se recusa a reconhecer um outro fundamento além de Cristo em 1Co 3:11).
Sejam homens de coragem. Covardia e temor não condizem com uma conduta cristã contundente.  É preciso mostrar coragem verdadeira para viver de modo digno do evangelho (em Paulo leia Fl 1:27 e no AT a história da luta do general Joabe contra os amonitas e seu desafio em 2Sm 10:12).
Sejam fortes. É quase o mesmo raciocínio que os anteriores, mas deve ser lembrado que firmeza e coragem sem a devida dose de força e tenacidade pode levar uma luta à derrota.  Para fazer diferença como cristão tem que se valer de uma considerável força espiritual (veja que a apresentação da armadura do cristão em Ef 6:10 se inicia com um desafio ao fortalecimento).
Façam tudo com amor. Este é o coroamento de toda vivência cristã relevante.  Nada de nossa vida e experiência é tão imprescindível quanto isto! O amor é o que nos faz ser o que somos (Jesus disse em Jo 13:35). O amor é o vínculo perfeito que nos une (Paulo em Cl 3:14). E, sem dúvida, o amor é o que deve permanecer entre nós (nas palavras do texto aos Hb 13:1).
Consideremos com a atenção devida as considerações apostólicas. Façamos a diferença e vivamos a relevância do evangelho em nossa vida.

(Texto revisado da publicação original no sítio  http://ibsolnascente.blogspot.com.br em 27/02/2009)

2 comentários:

  1. A grande questão meu amigo é que muitas vezes a teologia não dá lugar a humanidade e nem a doutrina a irmandade e mais... tem gente que esquece que o contexto da diferença é a vida e não a religião! Bom texto.

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    1. Querido, bom comentário! Quando a teologia tem si mesma a sua finalidade ela se esvazia e perde razão de existir. E digo mais, se o cristianismo não for além da ortodoxia nunca seguirá os passos do Encarnado. Penso que este conceito básico dá sustentação às palavras de Paulo a Filemon: "embora possa ordenar, eu prefiro confiar no teu amor".
      Querido, neste ponto eu me empolgo... há campo para rica e profunda reflexão e para um bom papo entre irmãos. E eu gosto de fazer as duas coisas. Quem sabe, possamos fazer isto juntos?
      Um abraço.

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