O domingo que antecede ao da ressurreição é tradicionalmente celebrado pela cristandade como o Domingo de Ramos. A história narrada nos quatro evangelhos é bastante conhecida: Jesus, montado em um jumento, entrou em Jerusalém sob a aclamação do povo que dizia: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor! (confira em Mt 21:1-11; Mc 11:1-11; Lc 19:28-40 e Jo 12:12-19).
Apesar da exultação da multidão, pelo menos três
verdades escaparam ao povo e quero chamar a atenção a elas aqui, pois foram
tais que provocaram, por um lado a incompreensão e revolta dos judeus, e por outro
a rejeição do seu Messias. Acompanhe
comigo.
Em primeiro lugar devo lembrar das palavras de Jesus:
"Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de
Deus" (Lc 9:61). Seguir o Rei Jesus
tem que ser mais que uma expressão de júbilo, um brado de vitória, um tomar
posse das bênçãos: é assumir todas as implicações da sua fé e de seu
comprometimento com o Reino de Deus, e levá-lo às últimas consequências.
Em segundo lugar, também é importante ressaltar que
Jesus falou: "alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua
cruz, e siga-me" (Mt 16:24). É
preciso tomar a cruz – negar-se e esvaziar-se de si mesmo – para que se possa
ser um seguidor e habitante do Reino de Deus.
O Reino não é o lugar aonde vou quando preciso obter benesses e favores
– mesmo que sejam espirituais – e sim a disposição de seguir a Cristo com
humildade e coragem.
E finalmente, os habitantes de Jerusalém não
consideraram mais uma afirmação de Jesus: "O meu reino não é deste mundo"
(Jo 18:36). Seguir a Jesus tem que
sempre trazer a perspectiva de que o projeto divino não se esgota nesta vida
presente – o melhor ainda está por vir no grande Dia do Senhor. Mais do que aqui e agora, o Rei Jesus me
garantiu a vida eterna.
Ousemos cantar o brado de Hosana: Bendito o que vem! Fazendo-o, contudo com compromisso, coragem e
esperança.