Marcos, o mais breve dos Evangelhos do NT, inicia sua narrativa já apresentando Jesus adulto e principiando seu projeto de ministério.
Na narrativa, a primeira providência de Jesus foi chamar discípulos. O texto diz que Jesus estava andando a beira do mar da Galileia quando viu dois irmãos, Simão, que depois o próprio Jesus irá chamá-lo de Pedro e André e os chamou (Mc 1:16).
Aqueles homens
estavam em seu trabalho normal quando o Mestre veio ao encontro e os desafiou
ao discipulado. Igualmente a resposta
foi imediata em seguir. O texto diz
apenas que eles deixaram suas redes e o seguiram.
Observe que a
cena quase se repete com Tiago e João (nos versos 19 e 20 seguintes) e mais
adiante com Levi (em Mc 2:13-14). Em
todos os casos, eles estavam ocupados em suas tarefas e Jesus os procurou
obtendo resposta.
É assim que
Marcos entende os imperativos do Reino apresentado por Jesus. Ele, como Filho de Deus, vem ao nosso
encontro em nosso cotidiano, nos chama a uma tomada de posição e requer que nos
entreguemos por completo.
O Evangelho é o
anúncio das Boas-Novas e exige arrependimento de pecados e vida de discipulado;
porém ele é também confirmado pelos atos extraordinários que o segue.
Jesus foi a
Cafarnaum onde, tudo indica, fixou residência enquanto desenvolvia seu
ministério. E lá conhecemos a primeira
sequência de milagres: um homem possesso de espírito imundo foi liberto (Mc 1:21-26). A sogra de Pedro curada, bem como vários
outros doentes (1:29-34). Um leproso
purificado (1:40-44). Um paralítico
voltou para sua casa andando (2:1-12) e um homem teve a mão atrofiada
restaurada (3:1-6).
Destaco que
embora cada um dos milagres tenha ocorrido de maneira diferente e particular,
Marcos quer nos ensinar que Jesus tem autoridade sobre toda e qualquer
situação, moléstia ou problema que possa recair sobre os seres humanos. Ou seja, todos os males físicos ou
espirituais podem ser sanados pelo poder divino que há em Jesus Cristo.
E mais, não é a
forma, modelo ou estratégia que opera o milagre, nem são os padrões humanos que
nos habilitam para o Reino de Deus, mas unicamente o poder e a autoridade que
provém de Jesus.
Ainda era noite
e Jesus se ausentou para um lugar solitário.
E ali orava.
(Mc
1:35)
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