O
livro Entendes
o que Lês
dos norte-americanos Gordon D. Fee e Douglas Stuart foi publicado
originalmente nos EUA em 1981
sob o título How
to Read the Bible for All Its Worth
(numa tradução livre: Como Ler a Bíblia por Todo o Seu Valor) e se
propõe a ser um guia para entender a Bíblia com o auxílio da
exegese e da hermenêutica.
A
primeira edição em Português saiu em 1984 e já no meu tempo de
Seminário era uma leitura obrigatória nas aulas de Exegese e
Hermenêutica.
A
obra é dividida em treze capítulos mais apêndice e índices. Veja
o que os autores dizem sobre cada assunto:
1.
Introdução:
a necessidade de interpretação
O
alvo de toda boa interpretação é simples: chegar ao “significado
claro do texto”. E o ingrediente mais importante para cumprir essa
tarefa, e que nunca podemos deixar de lado, é o bom senso
suficientemente aguçado. O teste de uma boa interpretação está
em saber se esta expõe o correto sentido do texto. Portanto, a
interpretação correta tanto consola a mente, como pode também
incitar ou irritar o coração (p. 24).
2.
Ferramenta
básica:
uma boa tradução
Há
dois tipos de opções que os tradutores têm de fazer: uma é de
caráter textual e a outra de caráter linguístico. O primeiro tipo
se relaciona à busca por encontrar o que realmente foi registrado no
texto original. O segundo tem a ver com a teoria da tradução (p.
43).
3.
Epístolas:
aprendendo a pensar contextualmente
Assim,
muitas vezes nos voltaremos às epístolas em busca da teologia
cristã; elas estão carregadas dela. No entanto, devemos sempre
conservar em mente que, em princípio, não foram escritas para fazer
uma exposição da teologia cristã. É sempre uma teologia
aplicada ou direcionada a uma necessidade específica (p. 71).
4.
Epístolas:
questões hermenêuticas
A
grande questão entre os cristãos que aceitam a Escritura como a
Palavra de Deus tem a ver com os problemas da relatividade cultural:
o que é cultural e, portanto, pertence exclusivamente ao século I,
e o que transcende a cultura e, portanto, é uma Palavra para todos
os tempos (p. 87-88).
5.
Narrativas
do Antigo Testamento:
seu emprego apropriado
Nossa
preocupação é guiá-lo ao entendimento do modo como a narrativa
hebraica “se desenvolve” para que você possa ler a Bíblia com
mais conhecimento e mais apreciação pela história de Deus (p.
109).
6.
Atos:
o problema do precedente histórico
Nossa
suposição, compartilhada por muitas outras pessoas, é essa: sem
que a Escritura nos mande fazer alguma coisa de forma explícita,
aquilo que é apenas narrado ou descrito não funciona de um modo
normativo (i.e.,
obrigatório)
– a menos que possa ser demonstrado por outros motivos que o
autor pretendia que o texto funcionasse desse modo. Há
boas razões para fazermos essa suposição (p. 145).
7.
Evangelhos:
uma história, muitas dimensões
Em
certo sentido, portanto, os evangelhos funcionam como modelos
hermenêuticos para nós, insistindo, por sua própria natureza, que
nós também narremos de novo a mesma história em nossos próprios
contextos do século XXI (p. 156).
8.
Parábolas:
você entende a lição?
As
parábolas com história funcionam como um meio de evocar
uma resposta
por parte do ouvinte. Em certo sentido, a própria parábola é
a mensagem. Ela é contada para dirigir-se aos ouvintes e
cativá-los, a fim de fazê-los parar e pensar acerca das suas
próprias ações, ou levá-los a dar alguma resposta a Jesus e ao
seu ministério (p. 183).
9.
Lei(s):
as estipulações da aliança para Israel
E
esse é o papel da Lei na história de Israel. Era uma dádiva de
Deus para o povo o fato de estabelecer o modo como os israelitas
tinham de viver em comunidade, relacionando-se um com o outro, e
garantir a relação com Javé, seu Deus, e o culto a ele. Ao mesmo
tempo, a Lei estabelecia limites no que diz respeito à relação dos
israelitas com as culturas ao redor. Realmente, uma tarefa
formidável! (p. 196).
10.
Profetas:
fazendo cumprir a aliança em Israel
Devemos,
portanto, ter sempre em mente que os profetas não inventaram as
bênçãos ou as maldições que proclamavam. Podem ter expressado
essas bênçãos e maldições de modos novos e cativantes, como
foram inspirados a fazer. Contudo, eles reproduziam a Palavra de
Deus,
e não a sua própria palavra (p. 221).
11.
Salmos:
as orações de Israel e as nossas
Como
essas palavras faladas para
Deus funcionam para nós como uma Palavra da
parte de
Deus? A resposta? Exatamente como funcionaram primeiro para Israel
– como oportunidade de falar a Deus com palavras que ele inspirou
outras pessoas a falar a ele em tempos passados (p. 267).
12.
Sabedoria:
então e agora
A
literatura sapiencial, portanto, tende a focalizar-se nas pessoas e
no seu comportamento – em como elas são bem-sucedidas em fazer
escolhas piedosas e se elas aprenderam ou não a como aplicar as
verdades em suas experiências (p. 273).
13.
Apocalipse:
imagens do juízo e da esperança
Assim,
o Apocalipse é a Palavra de Deus de consolo e encorajamento aos
cristãos que sofrem, especialmente cristãos que sofrem nas mãos do
estado por serem precisamente cristãos. Deus está no controle. O
Cordeiro imolado triunfa sobre o dragão (p. 314).
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