Semana
passada fizemos uma faxina no templo de nossa congregação: muitas coisas foram
jogadas no lixo, outras recolhidas para serem reaproveitadas e outras tantas
deveriam ser destinadas à reciclagem. É
sempre assim, periodicamente precisamos fazer isso com o que guardamos. E mais agora nestes tempos verdes em que a
onda é sempre reciclar. Aquilo que não
mais me é útil devo recolher e entregar para reprocessar e possa assim voltar a
ser utilizado sem virar entulho e lixo.
Com
esta cena em mente, me lembrei de Onésimo.
Ele tinha sido um escravo fugitivo que foi alcançado pelo Evangelho na
prisão pela pregação de Paulo, teve sua vida transformada, e através do bilhete
que está no NT o apóstolo o encaminhou de volta ao seu senhor (é a pequena carta
a Filemom).
Na
carta, Paulo explica que aquele que fora inútil, imprestável, desprezível e
"uma coisa que só servia para ser jogado no lixo", agora era nova
criatura pelo poder Evangelho, tornando-se mais uma vez um homem útil e com
valor.
Esta
história do Onésimo, sua conversão e de como ele foi restituído a Filemom é um
bom paradigma para nossa própria história.
A Bíblia nos conta que um dia nos rebelamos contra o Senhor, fugimos e
nos tornamos inúteis e desprezíveis (há vários textos sobre isso – veja por
exemplo Rm 3:23). Diante desta realidade
nosso destino seria o lixo de fogo eterno (é o que Jesus prediz em Mt 25:41). Mas fomos recolocados na vida, podendo voltar
a ser aproveitáveis nas mãos de Deus (leia isso em Rm 5:1).
Dá para
notar que aquilo que fazemos com as coisas do nosso lixo, foi o que Cristo fez
por nós no eterno plano da salvação (considere ainda Cl 1:13-14). Então, assim já não somos mais lixo
espiritual, mas nova criatura: aquele que se havia perdido foi achado (lembre o
filho pródigo em Lc 15:24); o que era inútil tem nova serventia (é o próprio
caso de Onésimo em Fm 11) e o que foi imprestável tem valor (note que Jesus nos
valoriza ao fazer sua escolha por nós, como dito em Jo 15:16).
Sou
levado a duas conclusões diante deste processo de reciclagem da alma. Primeiro ninguém é tão desgraçado e inútil
que não possa ser alcançado pelo amor divino e receber uma outra chance de ser
tornar novamente a imagem imaculada de Deus (compare Rm 5:8 com 2Co 3:18). E segundo, nós que já fomos trazidos de volta
ao ciclo da vida eterna devemos viver para glorificar a Deus por isso (este é o
sentido de 1Co 6:20).
(Do original em ibsolnascente.blogspot.com – 30
de abril de 2010. Aqui com a devida
contextualização e adaptações)
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