sexta-feira, 23 de junho de 2017

RECICLAGEM

Semana passada fizemos uma faxina no templo de nossa congregação: muitas coisas foram jogadas no lixo, outras recolhidas para serem reaproveitadas e outras tantas deveriam ser destinadas à reciclagem.  É sempre assim, periodicamente precisamos fazer isso com o que guardamos.  E mais agora nestes tempos verdes em que a onda é sempre reciclar.  Aquilo que não mais me é útil devo recolher e entregar para reprocessar e possa assim voltar a ser utilizado sem virar entulho e lixo.
Com esta cena em mente, me lembrei de Onésimo.  Ele tinha sido um escravo fugitivo que foi alcançado pelo Evangelho na prisão pela pregação de Paulo, teve sua vida transformada, e através do bilhete que está no NT o apóstolo o encaminhou de volta ao seu senhor (é a pequena carta a Filemom).
Na carta, Paulo explica que aquele que fora inútil, imprestável, desprezível e "uma coisa que só servia para ser jogado no lixo", agora era nova criatura pelo poder Evangelho, tornando-se mais uma vez um homem útil e com valor.
Esta história do Onésimo, sua conversão e de como ele foi restituído a Filemom é um bom paradigma para nossa própria história.  A Bíblia nos conta que um dia nos rebelamos contra o Senhor, fugimos e nos tornamos inúteis e desprezíveis (há vários textos sobre isso – veja por exemplo Rm 3:23).  Diante desta realidade nosso destino seria o lixo de fogo eterno (é o que Jesus prediz em Mt 25:41).  Mas fomos recolocados na vida, podendo voltar a ser aproveitáveis nas mãos de Deus (leia isso em Rm 5:1).
Dá para notar que aquilo que fazemos com as coisas do nosso lixo, foi o que Cristo fez por nós no eterno plano da salvação (considere ainda Cl 1:13-14).  Então, assim já não somos mais lixo espiritual, mas nova criatura: aquele que se havia perdido foi achado (lembre o filho pródigo em Lc 15:24); o que era inútil tem nova serventia (é o próprio caso de Onésimo em Fm 11) e o que foi imprestável tem valor (note que Jesus nos valoriza ao fazer sua escolha por nós, como dito em Jo 15:16).
Sou levado a duas conclusões diante deste processo de reciclagem da alma.  Primeiro ninguém é tão desgraçado e inútil que não possa ser alcançado pelo amor divino e receber uma outra chance de ser tornar novamente a imagem imaculada de Deus (compare Rm 5:8 com 2Co 3:18).  E segundo, nós que já fomos trazidos de volta ao ciclo da vida eterna devemos viver para glorificar a Deus por isso (este é o sentido de 1Co 6:20).

(Do original em ibsolnascente.blogspot.com – 30 de abril de 2010.  Aqui com a devida contextualização e adaptações)

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