Que ninguém sabe tudo e pode tudo sozinho é verdade inexorável (eita frase!!!). Mas deixemos a frase de efeito e vamos ao que
tenho para dizer. Reconheço que em minha
trajetória e formação teológica e pastoral sou devedor de cristãos do passado e
presente que me enriqueceram com suas palavras, experiências, lições e visões
da fé, do cristianismo e da própria Bíblia.
Se não fossem eles, eu não chegaria aqui.
— É assim que eu quero introduzir o Comentário Bíblico Africano – CBA.
Eu o encontrei por acaso (se é que existe acaso!!!) numa livraria
aqui em Aracaju. Estava procurando outra
coisa e aquele volume maciço me chamou a atenção. Resolvi levá-lo.
Alguns dados da obra: ela é apresentada em seu subtítulo como
"um comentário em um volume escrito por 70 eruditos africanos". O editor-geral é Tokunboh Adeyemo – bispo da
Igreja Metodista de Gana. Há autores (homens
e mulheres) de várias nacionalidades e etnias: etíopes, angolanos, ganeses,
nigerianos e outras tantas – percorri a lista e preciso confessar: até então
nunca tinha sequer ouvido falar de nenhum deles. A primeira edição em inglês é de 2006 pela
ABC Editorial Board e a edição em português é de 2010 pela Mundo Cristão.
Vamos a uma visão geral da obra – bem geral, pois falar de 1625
páginas em poucas linhas não dá.
Até hoje nunca tive o privilégio de conhecer pessoalmente a igreja
africana, mas as informações de colegas e amigos nascidos naquele continente
com os quais mantenho contato (a internet continua uma excelente ferramenta), e
leituras outras, dão conta que o cristianismo na África mantém uma vibração e
dinamismo próprios.
— Pelo que vejo e ouço os cultos lá são fenomenais!
Gostei da visão geral proposta pelo Comentário, bem cristocêntrica e evangélica – contudo sem deixar de
considerar e valorizar tanto a herança e tradição continental em suas diversas
nuances como a riqueza cristã que ali se desenvolveu e continua aflorando. É como se eles estivessem escrevendo para
eles mesmos sobre sua compreensão do texto bíblico – e talvez seja mesmo – e
nisto repousa a relevância da obra.
Não que tenha algo contra a tradição européia e norte-americana,
elas têm seu lugar e importância em nossa herança; mas a contribuição africana
só faz agregar ao rico cabedal (deixe-me trocar esta palavra: patrimônio)
cristão.
Tenho mantido o CBA junto a minha mesa de trabalho e o consultado
com relativa assiduidade. Suas
contribuições à minha reflexão bíblica são valorosas.
Antes de terminar, deixe-me ainda lançar uma ideia e desafio aos nossos
biblistas e editores: Por que não
produzimos e lançamos um COMENTÁRIO BÍBLICO NORDESTINO?
Está em fase final de preparação o Comentário Bíblico Latino-Americano. Se você soubesse quanto trabalho dá para fazer um volume desses, talvez repensaria sua ideia de um Nordestino!
ResponderExcluirQue bom, professora. Vou aguardar o Comentário Bíblico Latino-Americano. E quanto ao Nordestino, vamos trabalhar...
Excluir