sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

OBEDIÊNCIA VOLUNTÁRIA – 1ª parte

Em sua carta aos Romanos, o apóstolo Paulo apresenta um longo e profundo arrazoado sobre temas fundamentais da fé cristã.  É ali que ele nos fala da justificação pela fé; da superioridade da graça sobre a lei; além da revelação geral que, ao ser dada aos seres humanos, torna-os indesculpáveis diante de Deus; sem esquecer, contudo, de enfatizar que quem segue a Cristo deve demonstrar sua fé através de um padrão de comportamento moldado na vontade de Deus.
E em meio a toda esta exposição de argumentos, Paulo afirma que o pecado não mais terá domínio sobre aqueles que estão debaixo da graça (leia em Rm 6:14).  Este então é o ponto de partida da reflexão que quero desenvolver sobre o serviço e a obediência cristã que deve ser prestada de maneira voluntária.
Logo de início eu posso perceber que as palavras do apóstolo aqui bem podem ser alinhadas com as do próprio Cristo quando afirmou que quem comete pecado é escravo deste pecado; mas, se libertos pelo Filho, verdadeira e completamente a liberdade pode ser experimentada (confira em Jo 8:34-36).  Creio que é no âmbito de uma liberdade como esta que Paulo compreende a nova vida dos que, estando soltos das amarras da lei, vivem agora sob a amplidão da graça.
Mas desde já é preciso também ser dito que nem o Mestre, nem o apóstolo, enxergavam uma liberdade como esta sem implicá-la em consequências.  É certo que a liberdade cristã que advém da graça é verdadeira e completa, mas em hipótese alguma isto desconsidera que nossos atos e decisões trazem consigo desdobramentos históricos.
Quer um exemplo de tal liberdade e de suas implicações históricas para quem faz uso dela?
É só lembrar o episódio de Pedro e João diante dos chefes judeus quando instados a não mais falarem do evangelho.  A eles foi dada a oportunidade de escolher entre se submeter àquelas autoridades ou continuar obedecendo a Deus (a história está narrada em At 4 e a resposta dos discípulos nos versos 19 e 20).  Eles escolheram pela vontade de Deus.  E a perseguição continuou.
Por falar em vontade de Deus, permita-me uma digressão antes de continuar a reflexão.  Entendo que pode enriquecer o tema.  É Paulo mesmo quem escreve aos cristãos na sua mais antiga carta – à igreja em Tessalônica – sobre a vontade de Deus.  Naquele escrito, ele não detalha a vontade divina para crentes e para a igreja entrando em minúcias do cotidiano, estas devem ser depreendidas a partir da vontade geral de Deus.  Paulo diz apenas que a vontade de Deus é a nossa santificação, abstendo-se da imoralidade (em 1Ts 4:3) e que em todas as circunstâncias se deve dar graças a Deus (em 1Ts 5:18).  Bem como não posso esquecer que esta vontade é boa, agradável e perfeita (na mesma carta aos Romanos que tomamos como base aqui, em 12:2).

Leia mais sobre Obediência Voluntária: 1ª parte, 2ª parte, 3ª parte

2 comentários:

  1. Agradeço a Deus por sua vida e por este blog, pois muitas pessoas são alimentadas espiritualmente com essas palavras. A Palavra de Deus é maravilhosa, dá um prazer imenso em lê-la quando se tem sede de Deus e vontade de agradá-lo. Ela nos ajuda vencer o mau que a todo instante tenta nos desviar da vontade de Deus.

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    1. Obrigado querido,
      O louvor deve ser dado a Deus que me permite escrever e contribuir para sua sua glória e edificação de seu povo.
      Abs

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