Dietrich
 Bonhoeffer nasceu em 04/02/1906 em Breslau na Alemanha junto com sua 
irmã gêmea Sabine, oitavo filho de Karl Ludwig, um médico psiquiatra e 
neurologista de renome e de Paula von Hase, filha de um pastor-capelão 
do imperador da Prússia. 
Com
 seis anos de idade seu pai mudou-se para Berlim onde foi trabalhar na 
Universidade, o que favoreceu ao jovem Dietrich as condições de uma 
educação refinada e aristocrata.   
Aos dezesseis anos Bonhoeffer decidiu cursar teologia e seguir a carreira pastoral.  Começou
 cursando em Tübingen em 1923 mas logo retomou seus estudos em Berlim 
onde foi aluno dos principais mestres da chamada Teologia Liberal alemã –
 entre eles A. Harnack que ficou impressionado com o brilhantismo do 
jovem aluno.
No ano de 1927 conclui a graduação em Teologia com a publicação de sua dissertação: Sanctorum Communio.  No
 mesmo ano Bonhoeffer seguiu para Barcelona, na Espanha, onde dirigiria 
uma comunidade luterana de língua alemã e em 1929 retornou para Berlim 
com o objetivo de se habilitar para o ensino com a publicação de sua 
segunda tese: Ato e Ser. 
A
 tese foi aprovada, mas antes de assumir a cadeira de Teologia 
Sistemática na Universidade de Berlim, Bonhoeffer foi enviado aos 
Estados Unidos onde ele iria entrar em contado com a igreja americana, 
uma igreja que ele mesmo classificou como “protestantismo sem reforma”.
De
 volta a Europa, o teólogo alemão assumiu sua cadeira em Berlim onde 
exerceu profunda influência espiritual e intelectual sobre os 
estudantes.  Neste mesmo período conheceu 
pessoalmente o suíço Karl Barth e se envolveu com trabalhos pastorais e 
de capelania com estudantes e operários. 
Em
 1933 Adolf Hitler assumiu o poder na Alemanha e Bonhoeffer marcou 
posição contra o nacional-socialismo alemão e a igreja oficial dos 
“irmãos alemães” junto com a chamada Igreja Confessante Alemã.  Este posicionamento determinaria o destino teológico e pessoal de Dietrich Bonhoeffer.  Como
 pensador cristão, ele deixaria definitivamente a linha 
filosófico-especulativa partindo para um trabalho mais engajado e 
militante; e como líder espiritual, lideraria os jovens alemães que 
buscavam se dedicar aos trabalhos pastorais.
A sua grande obra deste período foi a publicação em 1937 de Nochfolge (em português: Discipulado) e que tratou do que Bonhoeffer considerou ser a grande falha do cristianismo alemão: a graça barata.  Contudo
 já a partir de 1935 o compromisso com o Seminário de Finkenwalde 
ofereceu a Bonhoeffer a oportunidade de execução de sua principal obra: 
casar as experiências de teólogo-acadêmico com o trabalho pastoral 
ocupado com a vida comum, fé e espiritualidade dos formandos. 
É
 do testemunho dos tempos de vida comunitária em Finkenwalde que os 
exemplos deixados marcarão profundamente toda uma geração de pastores da
 Alemanha.  Mas foram também as experiências 
de Finkenwalde e o compromisso com o cristianismo ali vivido que 
forjaram o conceito de compromisso do cristão com o mundo e seus 
destinos – marca característica da teologia de Bonhoeffer – e o levaram 
às últimas consequências.
Ainda
 neste período, Bonhoeffer se propôs a escrever sobre a ética, obra para
 a qual esboçou escritos mas não conseguiu concluir.  Em 1949, contudo, seu amigo pessoal Eberhard Bethge reuniu seus escritos publicando o material. 
Também demonstrou a intenção de escrever algo sobre o que ele chamaria de Inventário do Cristianismo, conforme citou nas suas cartas da prisão, no qual daria ênfase ao culto.
A partir de 1936 a situação de Bonhoeffer se complicou.  Primeiro
 lhe foi cassado o direito de lecionar em Berlim por suas posições 
declaradas antinazistas e seu envolvimento em ações de resistência 
política e militar contra o regime; e depois com o Seminário de 
Finkenwalde que foi proibido de funcionar.  Neste
 momento lhe foi conseguido uma saída da Alemanha para ocupar o 
pastorado da uma paróquia em Londres, mas Bonhoeffer se recusou com as 
seguintes palavras:
Não
 só é meu dever ocupar-me das vítimas deixadas no chão por um louco que 
dirige desvairadamente um carro por uma estrada abarrotada, mas também 
fazer de tudo para impedi-lo de dirigir.
Em 05/04/1943, Bonhoeffer foi preso sob a acusação de cooperação num atentado contra Hitler.  Primeiro ficou detido numa prisão em Tegel, de onde escreveu a maioria dos escritos que depois comporão a obra Widerstand und Ergebung (em português: Resistência e Submissão)
 depois foi transferido para o Campo de Concentração de Buchewald em 
fevereiro de 1945 e no domingo 8 de abril, enquanto exercia atividade 
pastoral para os presos, pregando um sermão, Bonhoeffer foi levado para 
ser enforcado no dia seguinte. 
As
 últimas palavras do pastor Dietrich Bonhoeffer na atividade litúrgica a
 que se dedicara como compromisso vital foram emblemáticas, nelas ele 
pediu ao capitão Payne Best (oficial do serviço secreto britânico) para 
transmitir ao Bispo de Chichester – George Bell sua certeza:
Conte
 a ele que para mim é o fim, mas também o início. Com ele eu creio no 
princípio de nossa fraternidade cristã universal que se ergue acima de 
todo o ódio nacional e que a nossa vitória é certa - conte a ele que eu 
nunca esqueci suas palavras da nossa última reunião.
Sobre a obra e a contribuição de Bonhoeffer, Eberhard Bethge assim a resumiu:
Bonhoeffer
 quando tinha 20 anos disse aos teólogos: o vosso tema é a Igreja; aos 
30 anos, disse à Igreja: o teu tema é o mundo; quando chegava perto dos 
40 anos, disse ao mundo: o teu tema, que é o abandono, é o tema próprio 
de Deus.  Com esse tema ele não engana, mas abre a tua existência.
 

 
 
muito instrutivo
ResponderExcluirRealmente, homens como Bonhoeffer são exemplos de fé, comprometimento cristão e testemunho que precisamos seguir.
ExcluirAbr