sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Doenças da Alma – HIPOCONDRIA


Nesta série de reflexões sobre Doenças da Alma analisamos mais de uma dezena de doenças, moléstias e transtornos causados por infestação de agentes externos ou por descuidados que infligimos em nós mesmos.  Males que têm raízes genéticas ou nos são trazidos pelo mundo que jaz no maligno e que nos rodeia.  Todas doenças que afligem o ser humano, obra-prima de Deus e, por isso, são males que os maculam, entortam, enfeiam, sujam e danificam por inteiro.
Em cada caso estudado, buscamos ir além da informação técnico-científica para tentar entender como uma moléstia assim adoece mulheres e homens, começando por macular sua alma e contaminando toda sua vida, sua fé, seus relacionamentos, sanidade e santidade.  Contudo, o mais importante foi buscar a cura para cada doença no receituário revelado e se deixar ser curado por aquele que é tanto o médico como o próprio remédio: o que dá a vida pelos seus (confirme esta doação em Jo 10:11).
Assim, pretendo trazer, propositadamente, para concluir a série, uma reflexão sobre a hipocondria – que eu vou chamar aqui de a doença das doenças, ou mania de doença.  Segundo o Hospital Israelita A. Einstein, hipocondria é uma obsessão com a ideia de ter um problema médico grave, mas não diagnosticado.
Muita gente vai considerar este problema como sintoma de maluquice, transtorno de quem só quer chamar a atenção, estresse, insegurança ou outra coisa o valha.  E estas atitudes podem tanto ter uma pitada de preconceito, como disfarçar uma boa dose de verdade.
Mas a doença é real.  Quem sofre com ela se vê angustiado pela possibilidade de uma tosse ser prenúncio de tuberculose, uma coceira ser diagnosticada como melanoma ou ainda uma palpitação como sintoma de grave disfunção coronária.
A tosse, a coceira e a palpitação não são inventadas.  Elas realmente estão lá causando transtornos.  Mas a preocupação desmedida de que sintomas pequenos indiquem algo grave leva o paciente a uma via crucis atrás de médicos especialistas, exames detalhados e novos diagnósticos, nunca se satisfazendo com os resultados indicados e aumentando a angústia, num círculo vicioso e ciclo infindável e crescente de doença.
Diante de tal quadro, constatamos que muitos cristãos padecem de sério problema de hipocondria espiritual e têm sua alma doente com sintomas superdimensionados e males cuja solução podem ser facilmente obtida, mas que acarretam dores e traumas terríveis que os acompanham por toda uma sofrida existência.
Um cristão hipocondríaco nunca é capaz de crer realmente que os inconvenientes fazem parte da vida – ele sempre acha ainda que precisa da bênção completa!  Ele é incapaz de entender que, embora real e algumas vezes dolorosas, a leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente (e como traz cura o texto de 2Co 4:17!).
É preciso desenvolver a fé para crer que a tosse é apenas uma irritação inconsequente e que não indica infecção espiritual – o Espírito continua ventilando a alma (Jo 20:22).  A coceira pode ser apenas a vida se renovando e devolvendo-lhe a força da juventude espiritual – o vigor e a beleza da tez espiritual estão se refazendo (Sl 103:5).  A palpitação, com certeza, é a alma se preparando para águas mais profundas – lá onde a pesca é maravilhosa (Lc 5:4).
E não há outra citação com a qual eu possa concluir esta série de reflexões sobre doenças da alma que nos afligem nesta caminhada cristã – ou especificamente sobre qualquer mania de doença que se venha a deixar contaminar a alma: é a certeza profética, proferida e cumprida gloriosamente.
Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças, contudo nós o consideramos castigado por Deus, por ele atingido e afligido.  Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados (Is 53:4-5).

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