Duas linhas disputam a primazia das idéias
do ser humano de hoje: de um lado o conhecimento representado pela ciência e
por outro a fé exposta na religiosidade.
Com ênfases diferenciadas e apelos mais ou menos populares, a nossa
cultura nos ensinou que tudo deve passar ou pelo crivo do que dominamos pelo
saber ou pelo que subjugamos pelo crer.
Mas esta dualidade não é novidade. O apóstolo Paulo parece que já enfrentava
questões assim quando se debatia com gregos e judeus em seu trabalho missionário
de divulgação da fé cristã. Os gregos
exigiam sabedoria, conhecimento e ciência – diziam que sem estes não era
possível seguir o cristianismo. Os
judeus queriam ver o milagre, o sobrenatural, o fantástico para poderem atestar
a sua crença.
Aos coríntios Paulo reconheceu a
exigência (leia em 1Co 1:22). Diante
deste impasse, o apóstolo respondeu aos dois lados: a. nem um conhecimento
árido do cristianismo seria a resposta à alma humana; e b. nem a demonstração de
poder nos milagres será suficiente para responder ao chamado de Cristo.
A mensagem que ele anunciava não atendia
à curiosidade natural da busca pelo conhecimento. Embora seja preciso conhecer a verdade, isto
só não é suficiente! (considere Jo 8:32).
Também não se resume a uma fé milagreira
que esteja disponível para atender às necessidades. Mesmo sabendo que em Cristo está depositado
todo o poder (considere também Mt 28:18).
Mas
nós pregamos a Cristo crucificado (1
Co 1:23). Aqui está a essência da
mensagem cristã: o centro do que pregamos é a renúncia e crucificação do nosso
Senhor. Jesus se esvaziou até a morte de
cruz para que, e somente então, Deus o recolocasse em seu lugar de glória (Fl
2:5-11).
A vida cristã que anunciamos é em
primeiro lugar uma vida de renúncia e crucificação. Daí o regozijo na presença de Deus-Pai (Mt
16:24). Nunca vai se reduzir a adquirir
sabedoria e conhecimento, nem de vivenciar o milagre e a fé.
Para que sabedoria e milagre,
conhecimento e a fé, nos sejam outorgados, é preciso tomar primeiro o caminho
da cruz – assim se faz o cristianismo que pregamos e devemos viver.
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