Talvez
o título desta reflexão não soe bem ao afirmar que o Reino de Deus (aquilo que
Jesus veio implantar como é dito em Mt 4:17) corresponda à alegria pura e
simples. É que lendo Paulo devo entender
exatamente assim:
Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida,
mas justiça, paz, e alegria no Espírito Santo.
(em Rm 14:17 – com o devido destaque).
mas justiça, paz, e alegria no Espírito Santo.
(em Rm 14:17 – com o devido destaque).
Entendo
ainda que nesta época de alergias e festividades de Carnaval, anunciadas e
cantadas, seria até temerário associar uma coisa à outra. Contudo, é este o ponto a se enfatizar. Alegria não é isso que se festeja no reinado
de Momo, mas o que só se encontra vivendo sob a soberania de Deus. Ou seja, será comparando uma com outra que
quero fazer sobressair a alegria da cidade do grande Rei (a expressão poética é
a do Sl 48:1-2).
A
primeira afirmação a ser feita é que a alegria do Reino de Deus é gerada em nós
pelo próprio Espírito Santo. Paulo, ao
listar os frutos do Espírito que devem ser produzidos e encontrados pelos que
nele vivem, coloca de início a alegria (veja Gl 5:22). Com isto o apóstolo está demonstrando que a
vida do cristão tem que ser uma vida alegre por sua natureza, assim como é da
natureza da mangueira produzir manga e do coqueiro produzir coco.
Entendo
nesta implicação pelo menos duas outras que devo destacar aqui. A alegria do Reino de Deus é completa em si
mesma e, ao contrário da carnavalesca, não depende de estímulos externos para
acontecer e nos inundar (leia Jo 17:13).
Embora possa até ser sazonal, mas é sempre resultado de sua maneira
própria de ser e existir – é fruto.
O livro
de Atos nos conta que os convertidos de Antioquia ao se encherem do Espírito se
encheram da verdadeira alegria (e continuaram cheios como é o que diz At
13:52). E penso que a instrução paulina
para nos enchermos do Espírito deve de imediato também nos fazer transbordar
completamente de alegria (note bem que em especial no verso de Ef 5:18 a
plenitude do Espírito está em oposição à alegria imperfeita e precária do
vinho).
Outra
implicação da alegria do Espírito que é marca do Reino de Deus é que ninguém
pode nos tirar. Jesus garantiu que
embora nossa tristeza pudesse ser real, ela seria eventual e transitória, mas a
alegria que ele nos prometeu, esta sim, seria eterna (confirme em Jo
16:22). Ao contrário da alegria deste
mundo, a nossa não é circunstancial, então nenhum fator externo pode alterá-la
em nada.
Volto a
Paulo para citá-lo quando disse aos cristãos de Corinto que mesmo em
tribulações ele podia experimentar o transbordamento de sua alegria (leia em
2Co 7:4). É claro que nesta afirmação
deve está implícita uma dose – e grande – de fé e esperança (pelo menos é isso
que aponta Rm 8:18). Ou seja, se a
alegria deste tempo explode no Carnaval ela vai acabar em cinzas. A nossa, contudo, pode até ser provada pelo
fogo momentâneo das tribulações, mas redundará numa alegria eterna.
Sim, a
alegria é o Reino de Deus, não a alegria efêmera e aparente destes dias, mas a
verdadeira, profunda e eterna que só o Espírito nos confere. Que assim ele nos faça.
(Do sítio ibsolnascente.blogspot.com em 12/02/2010)