Jesus tinha se ocupado todo o dia em atividades ministeriais. Com a chegada da noite, sentiu que precisava recarregar as baterias, então, tendo despedido a multidão, subiu sozinho ao monte para orar.
Os discípulos, por sua vez, seguiram de barco para a outra margem do lago.
Já indo alta a madrugada, e o vento estando a açoitar, eis que eles vislumbram um vulto caminhando sobre as águas.
Susto e desespero:
— É um fantasma!!!
Jesus tentou acalmar os embarcados mas, do meio do alvoroço, apenas o intempestivo Pedro teve coragem de enfrentar a situação.
# Comentário 1 – quando a realidade é absurda e meus olhos não me são confiáveis, resta a aposta naquilo que não se vê. Sem muito pensar, foi isso que Pedro fez.
Indo em direção à voz do Mestre, Pedro saiu do barco em plena tempestade, e assim, ultrapassando o limite entre a exígua segurança do barco e a improvável voz que lhe chamava ele perdeu o foco no chamado e se viu envolvido pelas águas. Então começou a afundar.
# Comentário 2 – uma fé que se dispersa olhando o caos ou vive na busca de comprovações e evidências, nem me faz caminhar sobre as circunstâncias nem me devolve ao barco. E sobre Pedro veio desespero em cima de desespero.
— Valha-me, Senhor!!!
Jesus então o alcançou e com sua mão forte o segurou e trazendo de volta ao barco. E o vento cessou.
Boquiabertos, os demais discípulos viram todas as intempéries se trasmudarem em favoráveis, mas somente Pedro se sentia acolhido pessoalmente pelo Senhor.
# Comentário 3 – a junção de fé e ousadia espiritual nos tira do barco para o meio da tempestade, porém será ali que a verdadeira segurança daquele que tem poder sobre as águas vai nos alcançar. Pedro experimentou tudo isso.
E finalmente, em calmaria, o dia amanheceu enquanto o barco alcançava à outra margem do lago, na praia de Genesaré.
Mas aí já segue outra história...
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