sexta-feira, 21 de agosto de 2020

VALHA-ME, SENHOR

 

Jesus tinha se ocupado todo o dia em atividades ministeriais.  Com a chegada da noite, sentiu que precisava recarregar as baterias, então, tendo despedido a multidão, subiu sozinho ao monte para orar. 

Os discípulos, por sua vez, seguiram de barco para a outra margem do lago.

Já indo alta a madrugada, e o vento estando a açoitar, eis que eles vislumbram um vulto caminhando sobre as águas.

Susto e desespero:

— É um fantasma!!!

Jesus tentou acalmar os embarcados mas, do meio do alvoroço, apenas o intempestivo Pedro teve coragem de enfrentar a situação.

 

# Comentário 1 – quando a realidade é absurda e meus olhos não me são confiáveis, resta a aposta naquilo que não se vê.  Sem muito pensar, foi isso que Pedro fez.

 

Indo em direção à voz do Mestre, Pedro saiu do barco em plena tempestade, e assim, ultrapassando o limite entre a exígua segurança do barco e a improvável voz que lhe chamava ele perdeu o foco no chamado e se viu envolvido pelas águas.  Então começou a afundar.

 

# Comentário 2 – uma fé que se dispersa olhando o caos ou vive na busca de comprovações e evidências, nem me faz caminhar sobre as circunstâncias nem me devolve ao barco. E sobre Pedro veio desespero em cima de desespero.

 

— Valha-me, Senhor!!!

Jesus então o alcançou e com sua mão forte o segurou e trazendo de volta ao barco.  E o vento cessou. 

Boquiabertos, os demais discípulos viram todas as intempéries se trasmudarem em favoráveis, mas somente Pedro se sentia acolhido pessoalmente pelo Senhor.

 

# Comentário 3 – a junção de fé e ousadia espiritual nos tira do barco para o meio da tempestade, porém será ali que a verdadeira segurança daquele que tem poder sobre as águas vai nos alcançar.  Pedro experimentou tudo isso.

 

E finalmente, em calmaria, o dia amanheceu enquanto o barco alcançava à outra margem do lago, na praia de Genesaré.

Mas aí já segue outra história...

 

 

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