terça-feira, 26 de novembro de 2019

SOBRE O PECADO PARA MORTE


Bom dia querido.  Veja o que podemos aprender com ele
1. Todo texto para ser melhor entendido precisa de seu contexto.  1Jo 5:16 que fala sobre "pecado para morte" segue o argumento que a carta já vem expondo.  No verso 13 há a afirmação de que em Cristo temos vida eterna.  Isso é garantido aos que crêem no nome do Filho de Deus.  Penso que aqui tem uma importante chave de compreensão do texto.
2. Mas há diferentes tipos de pecado: uns levam à morte enquanto outros não.  Aqui comentadores propõem interpretações diversas.  Só para citação: a) a Igreja Católica lista pecados capitais – para a morte – e veniais; b) outros falam em pecados que levam diretamente à morte física e citam episódios como o dos filhos de Arão (Lv 10:1-7) ou de Ananias e Safira (At 5-1-11).  Não vou comentá-los por que acho que estas interpretações não condizem com as doutrinas bíblicas que abraçamos e ao contexto geral da própria Bíblia.
3. Voltando ao contexto.  É sempre preciso reafirmar que todo pecado gera morte (dito tanto em Rm 6:23 como em Ez 18:4).  Então, como diferenciar os pecados mortais?
4. No texto.  O argumento de João é que a vida só nos é ofertada por obra de Cristo. Veja o que diz o verso 12: "Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida".  Ou seja, no texto bíblico, a morte e a vida estão ligadas à adesão ao Filho e a sua obra de graça.  Logo um pecado que nos aliene desta aliança leva necessariamente à morte.
5. Nesta lógica está a interpretação do versículo 16.  Qualquer pecado pessoal, consciente e voluntário que me afaste de Cristo – o nome disso é apostasia – não tem como ser absorvido, pois é em si a recusa do próprio perdão!
6. Esse é o pecado para morte, e por ele nenhuma oração será eficaz, pois implica em rejeição – apostasia deliberada.  E nesse sentido também está a conclusão do verso 18: "todo aquele que é nascido de Deus não peca".  Quem nasceu de novo em Cristo o fez exatamente por aceitar seu sacrifício, esse não peca, isto é, não abraça a apostasia e o "maligno não lhe toca".
7. Para fechar, pois já está ficando grande.  Bons intérpretes da Bíblia como J. Calvino, J. Stott e Augustus Nicodemos caminham por essa linha de entendimento.

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