Na parte final do Livro dos Salmos, há quinze
salmos chamados de Cânticos de Degraus, Cânticos de Peregrinação ou Cânticos de
Romagem. Eles eram entoados enquanto o
povo se dirigia para o santuário e expressam tanto o sentimento como a
preparação espiritual dos fiéis que estão indo adorar a Deus.
Um deles – o de # 130 – retrata com simples
profundidade o anseio do crente pelo encontro com o Senhor Deus.
O salmo parte das profundezas [da alma] de
onde vem o clamor pelo Senhor: Escuta, Senhor...
(v. 1). É como se o salmista quisesse
dizer que no fundo do seu ser o que realmente importa é estabelecer um contato
com Deus.
Enquanto se dirige à adoração, é preciso manter
aberto o canal com o Mestre. Eu diria:
deixando as superficialidades da vida e buscando ao Senhor com a mais sincera
de minhas intimidades. Lá onde só Deus
me conhece é que quero ser visto e ouvido pelo meu amado Senhor.
Mas este contato íntimo com Deus me põe a desnudo. Na intimidade, Deus me vê por completo –
estou completamente exposto. E mais: é
diante de Deus que eu me vejo quem realmente sou, e assim que constato que sou
um pecador e que – embora necessite e deseje a companhia divina – não posso
sobreviver na sua presença.
Diante disto o salmista questiona: Quem subsistirá? (v. 3). Mas sua confiança é inabalável, ele sabe que somente
em Deus está o perdão para os que o temem (v. 4).
E o desejo do encontro suplanta o temor da
reprimenda. Por isso ele não teme: espero pelo Senhor mais do que os sentinelas
pela manhã (v. 6).
Desta forma, este salmo de apenas oito versos declara
o maior desejo de minha alma: antes de qualquer coisa nesta vida o que mais
quero é a estar na presença sagrada.
Mais que qualquer segurança; melhor que qualquer esperança; mais que qualquer
satisfação; o que eu realmente desejo é estar com o Senhor.
Que este seja o nosso canto enquanto nos dirigimos
à Casa do Senhor para adorá-lo – reflexo de toda a nossa vida. Aleluia.
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