sexta-feira, 15 de setembro de 2017

CÂNTICO DE ROMAGEM

Na parte final do Livro dos Salmos, há quinze salmos chamados de Cânticos de Degraus, Cânticos de Peregrinação ou Cânticos de Romagem.  Eles eram entoados enquanto o povo se dirigia para o santuário e expressam tanto o sentimento como a preparação espiritual dos fiéis que estão indo adorar a Deus. 
Um deles – o de # 130 – retrata com simples profundidade o anseio do crente pelo encontro com o Senhor Deus.
O salmo parte das profundezas [da alma] de onde vem o clamor pelo Senhor: Escuta, Senhor... (v. 1).  É como se o salmista quisesse dizer que no fundo do seu ser o que realmente importa é estabelecer um contato com Deus. 
Enquanto se dirige à adoração, é preciso manter aberto o canal com o Mestre.  Eu diria: deixando as superficialidades da vida e buscando ao Senhor com a mais sincera de minhas intimidades.  Lá onde só Deus me conhece é que quero ser visto e ouvido pelo meu amado Senhor.
Mas este contato íntimo com Deus me põe a desnudo.  Na intimidade, Deus me vê por completo – estou completamente exposto.  E mais: é diante de Deus que eu me vejo quem realmente sou, e assim que constato que sou um pecador e que – embora necessite e deseje a companhia divina – não posso sobreviver na sua presença. 
Diante disto o salmista questiona: Quem subsistirá? (v. 3).  Mas sua confiança é inabalável, ele sabe que somente em Deus está o perdão para os que o temem (v. 4). 
E o desejo do encontro suplanta o temor da reprimenda.  Por isso ele não teme: espero pelo Senhor mais do que os sentinelas pela manhã (v. 6). 
Desta forma, este salmo de apenas oito versos declara o maior desejo de minha alma: antes de qualquer coisa nesta vida o que mais quero é a estar na presença sagrada.  Mais que qualquer segurança; melhor que qualquer esperança; mais que qualquer satisfação; o que eu realmente desejo é estar com o Senhor.
Que este seja o nosso canto enquanto nos dirigimos à Casa do Senhor para adorá-lo – reflexo de toda a nossa vida.  Aleluia.              


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