Acordei cantarolando um velho hino. Faço isso com frequência. Começar o dia cantando velhas canções faz
muito bem à alma. Além de estimular a
memória. Guardo lembranças de antigos
cânticos, do rico Cantor Cristão, de músicas que já se tornaram clássicas e de
algumas outras que se foram agregando pelo caminho. Na maioria das vezes, elas compõem meu
repertório matinal.
Em geral, as canções antigas se
revestem desse poder. Num mundo agitado
e às vezes caótico, barulhento e cinzento, elas ajudam a reafirmar a fé
inabalável que dá sentido à vida, transmitem um senso de pertença e reacendem
velhas pegadas que ajudam a continuar na caminhada.
Além de ajudarem a faxinar os
cantos empoeirados da alma que costumam ficar esquecidos e sombrios.
E como os bons e velhos hinos
também cumprem magistralmente o papel de serem portadores de orações e preces,
então o conjunto está completo.
Mas antes que o desvio do tema
original se torne irremediável e a comparação com as novas melodias inevitável,
deixe-me voltar à proposta original: acordei cantarolando um velho hino. Como já está enraizado na mente e na alma,
posso até cantá-lo de cor.
Comecei cantando assim:
No serviço do meu rei eu sou feliz, satisfeito e
abençoado.
O refrão diz:
No serviço do meu rei minha vida empregarei
E a última estrofe conclui pesado:
Quanto tenho, no serviço gastarei. No serviço do meu rei.
Assim a manhã foi prosseguindo ... Fazendo minhas as palavras de A.H. Ackley (o
título original é In the Service of the
King de 1912). É bom ocupar a mente
dessa forma!
Mas eis que a paz matinal se vê
invadida por novos acordes. O som ligado
em casa inunda o ambiente com Mestre eu
preciso de um milagre ... Ressuscita
os meus sonhos.
Devo confessar que foi difícil não
alinhar uma comparação entre o antigo (bom!?) e o novo (ruim!?). Entendo que esse paralelo além de não
contribuir em nada, é pobre, preconceituoso e pouco inteligente. Música boa ou ruim não depende de idade.
Mas, alheio a esse tipo de
análise, a comparação é inevitável. Embora
habitando o mesmo universo evangélico, as duas canções trilham caminhos
completamente distintos (irreconciliáveis!?).
Enquanto um declara alegria no
serviço e se dispõe a gastar e empregar recursos na obra do rei; o outro
aguarda o milagre.
Seriam dois evangelhos!? um de
ação outro de reação? Um ativo e um passivo? Um de dar outro de receber?
É melhor parar por aqui. Certo de que não tenho nem o direito nem a
prerrogativa do julgamento, entendo que não me cabe avaliar qual expressa de maneira
mais adequada a herança e a fé cristã.
Tenho minhas suspeitas.
O que sei é que prefiro continuar
começando meus dias declarando minha alegria em ser servo:
Gozo, paz, felicidade tem quem serve a meu bom rei.
Ah! Nisso sim eu creio.
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