Lembro-me bem de um grande amigo que tive na infância e adolescência que repetia como um jargão: – Viver é igual a andar de bicicleta. Se parar, cai! Lembro também que para a nossa idade na época, parecia até um ensaio de um aforismo profundo. Mas como ele repetia com frequência, e muita vezes de forma aleatória e sem conexão com contexto algum, a frase se desgastou.
Mas de tanto ser dita, ficou na memória. Tanto é que ainda hoje eu consigo lembrar
dela e do seu autor.
Outro detalhe da lembrança é o fato de a bicicleta
ser companheira constante. Por um
período, foi o transporte que me levou para a escola. Saía montado nela com a turma da igreja – a
minha turma. Fui a praia, ao parque e
outros destinos montado em sua cela. Inventei. Cresci.
Vivi. Aproveitei.
Hoje ainda tenho uma em casa e ela por vezes me
cobra novamente um passeio. Confesso que
vontade até tenho, mas...
Então, a turma de hoje se rendeu aos falares de fora
e a chamam de bike – e ainda acham
chique! Sei não! Acho besteira. Falta história. Falta memória. Falta identidade. Para mim aquela coisa com duas rodas tem que
se chamar bicicleta porque é desse jeito que me evoca significado.
Aguça lembranças de um tempo de brincadeiras e
estudos, de sonhos fugazes – ou outros mais ao alcance do guidão. De um tempo que se andava porque queriam
chegar e se corria por sobrava energia.
— E o pior é que começo a desconfiar que hoje
corremos porque precisamos chegar e andamos pois já nos falta energia!
Mas a verdade é que a lição ficou. A despeito de tudo; a despeito da agenda mais
alheia que minha; a despeito do inevitável peso dos janeiros; a despeito do
caos das vias públicas; sim, apesar disso, a lição realmente ficou: viver é
igual andar de bicicleta. Se parar, cai!
E assim, continuo pedalando a vida, nunca me
esquecendo de fazer minhas as palavras apostólicas com coragem e determinação
de ciclista: "Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma
coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as
que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado
celestial de Deus em Cristo Jesus"
(Fl 3:14).
— Eh! Se
parar, cai!
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Minha analogia,
ResponderExcluirviver é como andar de bicicleta,depois da primeira queda outras a sucederão,mesmo que o intervalo entre elas seja maior.
Boa Felipe,
ExcluirSua analogia completou de maneira apropriada a parábola.
Abs
muito bom sua palavra
ResponderExcluirObrigado querido.
ResponderExcluirA glória seja a Deus.