Amazing grace, how
sweet the sound
That sav’d a wretch like me!
That sav’d a wretch like me!
No final do século XVIII, o
mercador de escravos inglês John Newton enfrentou uma tempestade no mar,
circunstância que o fez perceber a fragilidade de sua vida e a absoluta necessidade
da graça para sobreviver. Esta experiência
mudou radicalmente sua vida e nos deixou um legado incalculável: Newton se
tornou um pastor anglicano e escreveu o texto que viria a ser a letra da canção
"Amazing Grace".
Para a sua transformação
existencial, ele recebeu influência da leitura do texto medieval "A
Imitação de Cristo" de Tomás de Kempis e do abolicionista William
Wilberforce (este parágrafo é só para citar: estas e outras tantas informações
podem ser colhidas com facilidades na internet – não é disso que eu quero
falar).
Amazing Grace é, sem dúvida, uma das mais clássicas músicas cristãs do
Ocidente. Tem sido cantada como um
verdadeiro hino pelos nossos irmãos norte-americanos e, a partir de sua influência
evangelizadora e cultural, por cristãos de todo o mundo. Poucos são os que não a conhecem ou não identificam
sua melodia e letra, associando-a à piedade, fé e contrição.
Como ícone da cultura popular, foi
gravada em língua inglesa por nomes como Whitney Houston, Elvis Presley (para
mim: A versão!) e Rod Steward; em arranjos
corais, instrumentais, e negro spiritual. O hino foi tocado no filme "Jornada nas
Estrelas II: a ira de Khan" e foi citado por Stephen King. E não seria exagero dizer que há mais de três
mil outras gravações e citações relevantes (estas e outras também podem ser
encontradas na web).
Ah! É claro que versões já foram
cantada em incontáveis línguas – inclusive em português.
Bem, a música. Como disse à pouco, sua melodia consegue
produzir em nossa alma uma atmosfera de piedade, fé e contrição – é um enlevo
espiritual. Sempre é recomendada em
serviços (em inglês, esta expressão tem um significado bem apropriado de culto
e adoração) e ocasiões quando a vida precisa de um sólido alicerce religioso e
cristão – e ela é capaz de ir buscá-lo para o fornecer com a ternura apropriada.
E, a letra. Certamente há muito o contexto original que a
faz ser escrita já está oculto nas linhas da história, mas isso não a invalida,
pelo contrário: permite novas interações e referências pela sua riqueza e
caráter cristão.
Numa tradução livre, seus
primeiros versos dizem:
Graça incrível, quão doce é o som
Isso salvou um miserável como eu!
Uma vez eu estava perdido, mas agora fui encontrado,
Fui cego, mas agora eu vejo.
Isso salvou um miserável como eu!
Uma vez eu estava perdido, mas agora fui encontrado,
Fui cego, mas agora eu vejo.
Antes de terminar, deixe-me dizer
algo sobre o adjetivo inglês Amazing
que qualifica a graça. Não sou
especialista na língua de Shakespeare, e, com certeza, tenho muita dificuldade
em expressar o que esta palavra quer dizer – os dicionários também! Seria algo como: surpreendente, fantástico,
maravilhoso, incrível, fabuloso – e por aí vai... Realmente é difícil traduzir o que a graça de
Cristo é capaz de fazer por um ser humano que se deixa ser alcançado e tocado
por ela!
E a letra de Newton termina
afirmando a convicção (a tradução ainda é livre e minha):
A terra logo se dissolverá como a neve,
O sol deixará de brilhar;
Mas Deus, que me chamou aqui abaixo,
Será para sempre comigo.
O sol deixará de brilhar;
Mas Deus, que me chamou aqui abaixo,
Será para sempre comigo.
Como não louvar esta Amazing Grace!?