Enquanto eu viver te bendirei,
E em teu nome levantarei as minhas mãos.
Sl 63:4
Terminei
no último sábado de ler a autobiografia de Hélio Zampier Neto, o Neto, zagueiro
da Chapecoense e sobrevivente do acidente aéreo que, no final de 2016, vitimou
mais de setenta pessoas a caminho da Colômbia.
Quando
vi numa entrevista que ele estava escrevendo um livro, logo entendi que sua
leitura se mostraria indispensável.
Sobre o
livro, Leandro Castán, colega de profissão de Neto, assim o apresenta na
contracapa: Posso crer no amanhã confirma
o poder de um Deus que faz milagres e que continua a escrever lindas e
marcantes histórias através de quem tem um relacionamento íntimo e uma vida
dedicada a ele.
Então
há pouco mais de um mês eu o encontrei na Livraria Shalom, do meu amigo
Mangueira, aqui em Aracaju. Com certeza
trouxe uma cópia comigo.
Mas
antes, comecei a leitura ainda na livraria.
Queria logo me jogar em todas aquelas páginas, mas a agenda pessoal e a
correria retardaram a conclusão da leitura.
E aqui percebo uma cruel ironia: um livro que diz para se amar hoje,
pedir perdão hoje, perdoar e aceitar perdão hoje, amar mais e ser mas feliz
precisou ser trocado por compromissos burocráticos e rotineiros!
E aqui
está exatamente a primeira lição da leitura.
O tempo hoje é uma dádiva e devemos valorizá-lo enquanto apenas
esperamos o amanhã também como dom.
O livro. Com certeza o relato é forte, impressionante,
inspirador! E não poderia ser diferente.
Intercalando depoimentos de pessoas ligadas a ele e ao acidente com
passagens da própria história e com reflexões e lições de vida que somente quem
sobreviveu a uma tragédia aérea tem autoridade para apresentar, o livro não é
piegas, mas é profundo, atual e relevante o suficiente para ser indicado como
leitura indispensável para qualquer um, independente das preferências
futebolísticas ou religiosas.
Neto
conta no livro que depois de um início de carreira incerto – como a maioria das
crianças brasileiras que sonham com o futebol – ele finalmente estava tendo a
chance de se firmar como atleta profissional quando o avião que levava sua
equipe para a final da Copa Sul-americana caiu e ele só chegou a ser resgatado
ainda com vida horas depois do ocorrido.
Nas
palavras do Dr. Marcos Sonagli: o que
manteve o Neto vivo foi um milagre, não há o que questionar. Um homem de 2 metros de altura poderia ter
sofrido muitos outros problemas irreversíveis, mas isso não aconteceu.
Confirmo:
vale dedicar algum tempo nestas páginas.
São narrações como esta que indicam o verdadeiro caminho para se viver
neste tempo e aguardar com tranquila fidelidade o amanhã.
Nas
palavras do próprio Neto:
Literalmente noventas minutos definiram a
minha vida – o primeiro e o segundo tempos juntos. A minha grande final estava acontecendo. Correndo mata adentro, mas, dessa vez, sendo
defendido, não defendendo. As forças
eram mínimas. Mas Deus é grande. A minha comissão técnica tinha chegado a
tempo. Ele tinha ouvido a minha oração.
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