Lá no início do cristianismo,
quando a igreja estava ainda se afirmando, a presença e a manifestação do
Espírito Santo no meio dos convertidos confirmava a cada dia o grupo dos fieis
(deixe-me dizer logo que não estou negando a presença do Espírito hoje, apenas tomando
uma verdade histórica como ponto de partida).
Naquele contexto apareceu o casal
Ananias e Safira (a única citação deles é em At 5), e é dito sobre eles que
cometeram um acúmulo de erros – denunciados por Pedro na expressão mentistes ao Espírito! – e que acabaram
por provocar a própria ruína e morte. Para evitar que caiamos nos mesmos
erros, vamos aprender com eles o que não se deve fazer.
Em primeiro lugar o casal planejou
enganar a igreja trazendo apenas uma parte do dinheiro apurado na venda de sua
fazenda. O texto deixa claro que houve uma combinação de ações para que
os apóstolos não soubessem do quanto realmente foi apurado na venda.
É sempre assim, o erro e o pecado
são primeiramente arquitetados e só depois executados (veja Tg 1:13-15).
Caso semelhante foi com Caim que antes de trazer sua oferta agasalhou o pecado
em seu coração (leia esta constatação em Gn 4:7). Em todo caso, quem
comete tal erro ainda não percebeu que Deus vê todas as coisas (observe o que
Jesus disse em Lc 16:15).
Este erro é resultado de um outro:
o casal vivia uma fé aparente. Naqueles dias os convertidos mostravam sua
fé trazendo toda a oferta aos pés dos apóstolos (confira em At 4:34-37).
Ananias e Safira pensaram que trazendo algum dinheiro eles aparentariam uma piedade
que na verdade não tinham.
Não podemos esquecer que este tipo
de religiosidade aparente Jesus a chamou de hipocrisia (confirme na crítica aos
fariseus em Mt 23). Pouca coisa nos afasta tanto de Deus como uma fé
superficial e ritual. Ao profeta Amós Deus chega a dizer que está enojado
destas cerimônias piedosas vazias (leia a passagem de Am 5:21-27).
Antes de tudo lugar, porém, o que
o casal demonstrou é não ter conhecimento de quem era Deus de verdade.
Eles certamente ainda precisavam passar por uma experiência de intimidade
profunda com o Deus manifesto (no caso deles não houve tempo de voltar ao
quarto fechado para refazer a vida como propôs o Mestre em Mt 6:6).
Quando não conhecemos a Deus
estamos sujeitos a todo tipo de erro e fracasso (é o que Jesus diz em Mc
12:24). Este deve ser o primeiro passo e quando ele é falso, todo o resto
está comprometido. É por isso que o profeta Oséias conclama o povo a
sempre prosseguir no conhecimento de Deus (anote Os 6:3).
Assim como uma sequência de
equívocos e pecados (cumprindo-se o Sl 42:7). O casal, que não teve
intimidade com Deus, manteve uma fé apenas formal e por isso tomou atitudes que
lhes trouxeram resultados catastróficos.
Como disse logo acima, que a
narração e estudo de casos como o do triste casal nos faça refletir sobre nossa
relação com Deus e nos impulsione a um aprofundamento em nossa fé e vida cristã
para que nosso fim seja diferente, para a glória de Deus.
(Publicação original em 08/01/2010 – ibsolnascente.blogspot.com)
É uma interessante reflexão para a atualidade visto que estamos inseridos em uma sociedade de mentalidade que distorce os princípios éticos e espirituais de Deus para viver uma fé restrita e enganosa, pautada em conceitos próprios.
ResponderExcluirRealmente, querido. É a reflexão na Palavra de Deus, com seis exemplos e verdades que vão nos conduzir em meio a esta sociedade de mentalidade que distorce os princípios éticos e espirituais.
ExcluirQue assim nos ajude o Senhor.
Abr.