Tenho mantido o costume de olhar as coisas presentes
no cotidiano. Nelas busco enxergar
sempre fagulhas de lições me ajudem na caminhada da vida. E de vez em quando escrevo sobre elas – são
as parábolas das coisas.
Mas antes que estas linhas se tornem muito
cansativas, vamos olhar para uma coisa que temos próximo todos os dias – ou
melhor as noites: o travesseiro.
Vejamos de início o que encontramos, lendo sobre o
tema. No dicionário, a definição de
travesseiro é uma espécie de almofada comprida que se atravessa sobre o colchão
de lado a lado, para descansar a cabeça.
Como objeto útil, serve muito bem para as funções
propostas: acalentar o descanso e o sono.
Fica ali, deixa-nos confortáveis e embala nossos sonhos – e há toda uma
intimidade desenvolvida. E é exatamente
daqui que quero tomar o ponto de partida para examinar o travesseiro. Como companheiro do recolhimento íntimo do
sono, ele é excelente parábola da própria consciência.
Atentemos à consciência:
Algumas vezes a consciência pesa e as ideias
tornam-se uma turbilhão. Quando a vida e
as decisões nos levam a caminhos dos quais a culpa e a vergonha são inseparáveis,
o travesseiro da consciência fica duro e o sono terrível.
Para entender melhor, das páginas da Bíblia eu me
lembro da narrativa do patriarca Jacó. Quando
fugia da casa de seu pai, em meio a viagem, ele parou e dormiu usando um pedra
como travesseiro. Longe de casa, tendo
trapaceado seu irmão e mentido para seu pai, a noite do patriarca foi dura,
como um travesseiro de pedra (leia a narrativa em Gn 28).
Mas há uma outra situação da consciência: limpa,
leve, fluida, equilibrada, saudável. Em
perfeita harmonia com sua própria história e trajetória. É um travesseiro macio para um sono reparador. E não importa que o mundo lá fora esteja um
caos. A mente e corpo repousam tranquilos.
Ainda é na Bíblia que eu posso ler um exemplo
perfeito para esta condição.
Depois de um dia cansativo de trabalho na missão, Jesus
instruiu seus discípulos a procurarem um repouso na outra margem do lago da
Galileia. E o texto diz que enquanto
atravessam, Jesus apenas dormia na popa do barco, sobre um travesseiro – que
sono gostoso! E um detalhe importante, enquanto dormia sossegado, uma
tempestade assolava as águas (leia em Mc 4).
Quando a noite chega e a sós com meus pensamentos,
lembranças, ideias e reflexões, apenas o travesseiro embala meu sono. Então a pergunta final é inevitável: de pedra
ou de pluma, onde tenho reclinado minha cabeça?
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TU ÉS DIGNO – Uma leitura de Apocalipse
DE ADÃO ATÉ HOJE – Um estudo do Culto Cristão
Ótima parábola
ResponderExcluirObrigado querido.
ExcluirA honra pertence a Deus.