Deus me
fez com duas pernas! Creio piamente em cada uma das palavras desta frase. Discussões sobre criacionismo à parte, acaso
ou necessidade, esta frase, de verdade, tem muito a dizer sobre a minha fé.
Mas,
por que eu estou falando isso tudo? Já vou dizer: Esta semana uma crise de
ácido úrico me deixou de "bota branca" (a foto está aí para
comprovar, é verdade!). E nestes
momentos é que nos damos conta de várias coisas. Então deixe-me compartilhar um pouco. Para começar, é claro que o tempo
forçosamente livre – estive de licença médica e limitado pela condição – estimula
as ideias, não só porque elas ajudam a passar as horas como também arejam a
mente contribuindo para sanidade.
Em
tempo, não quero em absoluto me comparar com aqueles que vivem de modo perene
com limitações físicas, não há juízo de valor ou qualquer outro referencial. Vou apenas falar de ideias que me povoaram a
cabeça nestes dias "no estaleiro".
Entre
outras tantas que pipocaram, pelo menos duas eu quero destacar para compartilhar,
e para isso vou me permitir ser ancorado por duas palavras.
A
primeira é agenda. Mais que um caderno
de notas (agora já é eletrônico!), a ideia da agenda reporta para relação de
compromissos marcados e inadiáveis, mas veja: Sem muita opção, me vi forçado a
simplesmente não fazer nada – esperar a crise passar e o dedo parar de doer. E não é que todas as urgências esperaram uma
semana! Prioritário é ter saúde...
Por
falar nisto, lembrei-me de Rubem Alves chamando a atenção para nosso credo:
"creio na ressurreição do corpo..." Sim, de vez em quando é preciso
lembrar novamente que agenda é para organizar projetos de vida (que nos é dada
em abundância) e não sufocar o cotidiano.
A outra
palavra eu trago da África: ubuntu
(Desmond Tutu sugere traduzir esta expressão como: "existo porque
pertenço"). Significativo foi
perceber que com a limitação das circunstâncias aflorou mais uma vez a certeza
que não vivo sozinho – eu preciso dos outros até para ser eu mesmo.
Deus me
fez com duas pernas, é verdade, mas também me colocou para viver em sociedade e
sem ela – a sociedade – eu jamais alcançarei ser aquilo para o que eu fui
criado.
E antes
que esqueça: como sou grato pelo Senhor ter me dado uma família maravilhosa que
cuidou de mim nestes dias!
'Taí: sei que cada uma destas
ideais mereceriam um desenvolvimento maior e com certeza muitas outras verdades
e lições surgiriam, mas só tenho duas pernas e agradeço a Deus por cada uma
delas. Que outros me acompanhem nesta
caminhada e a levem adiante.
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TU ÉS DIGNO – Uma leitura de Apocalipse
DE ADÃO ATÉ HOJE – Um estudo do Culto Cristão
Isto me faz lembrar o Apóstolo Paulo que ao escrever aos Corintios, fala da importância dos membros.É verdade, são nos momentos que estamos feridos como membros que percebemos como é importante o outro(membro). Por isso é que digo que as pessoas são mais importantes que as coisas.
ResponderExcluirNão são as coisas que nos assistem quando nos encontramos debilitados, são as pessoas(membros). portanto nunca devemos tratar as pessoas(membros) como coisas, porque amanhã poderemos precisar delas. Sejam elas membros da nossa família ou de nosso grupo de interesse.
Pr. Renato Ramalho.
Querido Renato, boa lembrança da figura paulina do corpo. Foi olhando para o próprio corpo, com suas limitações e falhas, mas também com sua maravilhosa engenhosidade própria que o apóstolo o tomou como paradigma da igreja. Que assim seja.
ExcluirUm abraço.