terça-feira, 2 de outubro de 2012

DAS BEM-AVENTURANÇAS


 “Vendo as multidões...” Assim Mateus começa a narrar as lições do Sermão da Montanha (confira Mt 5:1).  Tudo começa com um olhar de Jesus.  A palavra grega que Mateus usa nesta passagem significa mais que passar a vista em algo ou alguém.  Mateus diz que Jesus olhou as multidões e isto lhe tocou profundamente, incomodou e impulsionou a fazer algo.  É este fazer que gera o Sermão da Montanha que agora estudamos.
O Sermão abre-se com as declarações das Bem-Aventuranças.  Cada sentença em si é poética, bela e rica.  Mas deixe-me destacar aqui de modo geral duas observações.  Estas Bem-Aventuranças não estão colocadas aqui por acaso.  Mateus sabe que Jesus começa seu discurso identificando seu público alvo: os bem-aventurados, felizes; aqueles dos quais é o Reino, os que herdarão a terra, os que verão a Deus.  É para estes que Jesus irá propor todos os ensinamentos que virão a seguir, nos próximos capítulos.
Importante também é notar como Jesus os qualifica.  Para o Mestre estes que inicialmente são carentes e estão marginalizados por serem humildes, chorarem, terem fome e sede, serem perseguidos são realmente felizes por agora estarem sob o domínio do Reino de Deus – um Reino que é “escândalo para os judeus, e loucura para os gregos” (vá a 1Co 1:23).  Os valores do Reino pregado por Jesus no Sermão da Montanha não são deste mundo, logo estão abertos àqueles que, com uma recusa radical, voltam-se para o vindouro.
Então Jesus conclui esta sua introdução: “Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a sua recompensa nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês” (Mt 5:12).  Não poderia ser diferente!
Para ser discípulos radicais é necessário abandonar este mundo com seus valores crueis e voltar-se para o Reino do Deus.  Que o Mestre me faça assim.

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