“Vendo
as multidões...” Assim Mateus começa a narrar as lições do Sermão da
Montanha (confira Mt 5:1). Tudo começa
com um olhar de Jesus. A palavra grega
que Mateus usa nesta passagem significa mais que passar a vista em algo ou
alguém. Mateus diz que Jesus olhou as
multidões e isto lhe tocou profundamente, incomodou e impulsionou a fazer
algo. É este fazer que gera o Sermão da
Montanha que agora estudamos.
O
Sermão abre-se com as declarações das Bem-Aventuranças. Cada sentença em si é poética, bela e
rica. Mas deixe-me destacar aqui de modo
geral duas observações. Estas
Bem-Aventuranças não estão colocadas aqui por acaso. Mateus sabe que Jesus começa seu discurso
identificando seu público alvo: os bem-aventurados, felizes; aqueles dos quais
é o Reino, os que herdarão a terra, os que verão a Deus. É para estes que Jesus irá propor todos os
ensinamentos que virão a seguir, nos próximos capítulos.
Importante
também é notar como Jesus os qualifica.
Para o Mestre estes que inicialmente são carentes e estão marginalizados
por serem humildes, chorarem, terem fome e sede, serem perseguidos são
realmente felizes por agora estarem sob o domínio do Reino de Deus – um Reino
que é “escândalo para os judeus, e loucura para os gregos” (vá a 1Co
1:23). Os valores do Reino pregado por
Jesus no Sermão da Montanha não são deste mundo, logo estão abertos àqueles que,
com uma recusa radical, voltam-se para o vindouro.
Então
Jesus conclui esta sua introdução: “Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a
sua recompensa nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram
antes de vocês” (Mt 5:12). Não poderia
ser diferente!
Para
ser discípulos radicais é necessário abandonar este mundo com seus valores crueis
e voltar-se para o Reino do Deus. Que o
Mestre me faça assim.
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