terça-feira, 7 de agosto de 2012

Disciplina cristã XI – PERDÃO


Em toda a Bíblia, o perdão humano é sempre influenciado pelo perdão divino (acrescente ainda que primeiro ele nos amou com é dito em 1Jo 4:19).  É considerando assim que procuramos olhar a disciplina do perdão como algo a ser seriamente encarado, já que tal atitude influencia nossa relação com Deus e com os demais irmãos.
Quanto a isso, Jesus faz uma severa advertência, comentando o pedido de perdão da Oração do Pai-Nosso: como poderemos suplicar pelo perdão divino se não somos capazes de – sob sua influência – estender o mesmo perdão ao nosso próximo (Mt 6:14-15).
Nesta linha de raciocínio, a disciplina do perdão tem que ser vivenciada como algo incondicional (argumento de Rm 5:8).  Ora, se somos alvos do amor sem exigências prévias ou pré-condições de Deus – e o perdão divino é colocado exatamente nesta medida – então o perdão que devemos oferecer a quem nos fere ou ofende tem que ser na mesma medida.
Outro ponto importante a se destacar nesta lição é a extensão – quantidade – de perdão que devo oferecer.  No contexto da parábola do servo impiedoso, Jesus indica que nosso perdão deve se estender por setenta vezes sete; ou seja, atualizando a linguagem, não pode haver limite para que perdoemos a quem carece do nosso perdão (Mt 18:22 e Lc 17:4).
E mais.  Como disciplina cristã, o perdão exige sempre dos discípulos de Cristo iniciativa.  Jesus instruiu que se o outro pecar e nos ferir, nós é que devemos ter a atitude e iniciativa de ir ao seu encontro e propor perdão e reconciliação.  No Sermão da Montanha Jesus disse claramente que para se cumprir a Lei de Deus e agradá-lo em adoração – entregando a oferta – faz-se necessário entrar em acordo com o irmão.  Isto quer dizer que, para Jesus, o perdão é pressuposto fundamental para a comunhão com Deus (leia em Mt 5:23-26). 
Em se tratando de perdão e reconciliação, uma última observação precisa ser considerada: Paulo aos Romanos (citando Pv 25:21-22) estabelece como prática disciplinar do cristão não somente um perdão citado ou formalizado, mas uma atitude de restauração e reparação:
"Se teu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber.  Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele".
(Rm 12:20)

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