O texto bíblico começa a narrativa sobre Daniel a partir do momento em
que ele foi levado pelas tropas de Nabucodonosor “para a terra de Sinar” (1.2),
ficando aos cuidados de Aspenaz – oficial da corte. Com ele também foram outros jovens: Hananias,
Misael e Azarias.
Num primeiro momento, a determinação seria para que os jovens fossem
tratados como cortesãos com o melhor que havia das porções reais, e que lhes
fosse ensinadas “a cultura e a língua dos babilônios” (1.4).
“Porém Daniel decidiu não se contaminar com a porção das iguarias do
rei” (1.8). E essa decisão causou um primeiro desentendimento. Foi acertado
então um desafio inicial de dez dias para que se verificasse a possibilidade de
continuar com o regime diferenciado. Assim, passados os dias, ficou constatado
que “a aparência deles era melhor e eles estavam mais nutridos do que todos os
jovens que comiam das iguarias reais” (v. 15).
Tendo vencido a primeira prova e se mostrado fieis aos preceitos
sagrados, Deus honrou a Daniel e seus companheiros, concedendo-os que se
destacassem em “conhecimento e inteligência em toda a cultura e ciência”
(1.17). Ou seja, nas ciências e
conhecimentos dominados pela cultura babilônica, os jovens hebreus se mostraram
ser mais inteligentes e conhecedores.
Passado o prazo de preparo dos jovens na corte, eles foram então
apresentados ao rei que os avaliou e “não encontrou ninguém como Daniel,
Hananias, Misael e Azarias entre todos os outros” (1.19). Assim, eles permaneceram ali no palácio servindo
diretamente ao rei.
Mais adiante, em certa ocasião, o rei Nabucodonosor mandou erguer uma
estátua de ouro para que todos se prostrassem e a adorassem (3.1,5).
Chegado o momento da adoração à estátua, os três amigos hebreus se
recusaram a prestar culto ao ídolo, sendo denunciados ao rei (3.12). Então, na sua ira, o rei os ameaçou jogar numa
fornalha, questionando: “Quem é esse deus que vos poderá livrar das minhas
mãos?” (v. 15).
A resposta dos jovens foi firme: “O nosso Deus nos livrará da tua mão”
(3.17), mas, mesmo que venhamos a morrer, “não cultuaremos teus deuses nem
adoraremos a estátua de ouro” (v. 18). Assim,
por conta disso, eles foram lançados no fogo (v. 21).
Estando lá no meio do fogo, eis que o sobrenatural aconteceu e o rei
olhou e percebeu que eram quatro os que passeavam entre as chamas. E mais, nas palavras do próprio Nabucodonosor:
“o quarto homem é parecido com um filho dos deuses” (3.25).
Então a firmeza dos jovens foi reconhecida e o Deus dele adorado com as
palavras reais: “Bendito seja o Deus que enviou seu anjo e livrou seus servos,
que confiaram nele e frustraram a ordem do rei, preferindo entregar os seus
corpos a cultuar ou adorar outro deus, senão o seu Deus” (3.28).
(A partir da
revista “COMPROMISSO” – Convicção Editora – Ano CXVII – nº 468. Na
imagem: foto do “Porta de Istar” na cidade mesopotâmica da Babilônia,
construída por volta de 575 a.C. por ordem do rei Nabucodonosor no lado norte
da cidade, atualmente no Museu de Pérgamo em Berlim, Alemanha – fonte:
wikipedia.org)