O
evangelista Marcos nos conta que, depois de questionar seus discípulos sobre o
que eles sabiam acerca de sua pessoa (leia em Mc 8:27-30) e começar a falar
sobre a sua morte (em Mc 8:31-33), Jesus procurou mais uma vez um lugar em
separado para um momento de reflexão e oração.
Só que, ao contrário das outras vezes, ele não foi sozinho, desta vez
levou consigo três dos seus discípulos: Pedro, Tiago e João – os que em geral
estavam mais próximos dele.
A narração de Marcos nos diz que Jesus, junto com
os três, subiu ao monte e lá foi transfigurado diante
deles (Mc 9:2). Mas não somente sua face
parecia mudada, suas roupas também agora estavam tão claras como nenhum
alvejante poderia fazer (note Mc 9:3).
Além de mais, apareceram duas figuras históricas que conversaram com
Jesus – Moisés e Elias.
Nisto Pedro interferiu na conversa e propôs fazer
ali três tendas para os abrigar. Ora, o
que o apóstolo parecia querer dizer era que um momento como aquele na presença
sagrada de Deus deveria ser valorizado e duradouro, então que se fizesse algo
para poderem ficar ali.
É certo que a proposta de Pedro foi motivada antes
pelo medo e por desconhecer as implicações daquilo tudo que estava acontecendo
diante dos seus olhos. Mas ficou a
lição: Bom é estarmos aqui (Mc 9:5).
E neste instante de incerteza dos discípulos é que
se ouviu então uma voz dos céus declarando: Este é o meu Filho amado (Mc
9:7). Esta declaração ouvida nas nuvens
é, além de uma nova confirmação daquilo que fora dito por ocasião do batismo
(confira em Mc 1:11), uma instrução a mais: a ele ouçam.
Se
na primeira manifestação celeste há um reconhecimento da divindade de Jesus
diante da multidão que acompanhava João, desta feita a revelação era exclusiva
aos discípulos e, além de ser seguida de uma ordem expressa: Jesus é o
Deus-Filho, por isso deve ser seguido.
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