Reconhecemos a santidade como o atributo exclusivo que distingue o
nosso Deus das outras criaturas e divindades.
Ou seja, ser santo é ser como Deus é.
Mas quando lemos o texto bíblico, nós nos deparamos com uma instrução
explícita: “sejam santos” (no AT estabelecido em Lv 19:2 e 20:7; e no NT
repetido em 1Pe 1:16). E mais, o padrão
é o próprio Deus. Se Deus é
essencialmente santo, o que ELE requer do seu povo é este reproduza a mesma
característica essencial.
Ora, se ser santo é ser como Deus é, e esse é um atributo
exclusivo, como pode o texto sagrado exigir santidade dos seus servos?
Para encontrar uma resposta satisfatória a essa questão principal
será preciso ir na Bíblia e identificar suas indicações. E nela encontramos indicações seguras.
Em primeiro lugar: ser santo como o Senhor é santo deve começar
com o processo de novo nascimento.
Em sua conversa com Nicodemos (narrado em Jo 3), Jesus afirmou que
há dois tipos de nascimento. Num
primeiro nascimento se nasce da carne e traz todas as características da
criação. Somos humanos e criaturas, e
como tal expressamos todas as limitações e imperfeições próprias – embora sejamos
imagem e semelhança do Criador.
E pior: contraímos o pecado como herança humana, o que nos
distancia mais ainda do padrão do Criador, pois exatamente os nossos pecados
são o que nos separam de Deus (leia Is 59:1-2).
Mas há um segundo nascimento em que se nasce do Espírito. Com esse novo nascimento inicia o processo de
santificação – quando nascemos da água e do Espírito. Para ser santo – a criatura expressar a
essência do Criador – é indispensável que haja uma mudança de natureza. O chamado de Deus para a santidade sempre tem
que começar com uma conversão genuína.
Em segundo lugar: ser santo como o Senhor é santo deve prosseguir
com a ação do próprio Cristo na vida daquele que nasceu de novo.
Se o processo de novo nascimento é resultado da ação da graça de
Deus sobre homens e mulheres tornando-os em seus filhos (confira Jo 1:12 e Ef
2:9), o que daí se segue também necessariamente continua sendo resultado da
ação da mesma graça.
Ora, para não haver dúvidas sobre como acontece a santificação, o
autor aos Hebreus afirma que o mesmo Deus que nos leva a ser filhos dele é quem
santifica a cada um de modo a habilitar a ser irmão de Jesus (leia em Hb
2:10-11).
Ao que o apóstolo Paulo considera que nossa resposta ao chamado de
Deus para a santidade deve se expressar na busca constante de alcançar a
estatura de varão perfeito – ser como Cristo – e continuar crescendo tendo ele
mesmo como referência (em Ef 4:13-15).
(Da Revista DIDASKAIA – 1º quadrimestre / 2023 –
IBODANTAS)
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