Certamente
Jesus conhecia todo o ranço de preconceito racial que permeava a sociedade
judaica – Jesus nasceu e cresceu como um homem judeu, numa comunidade social e
religiosa judaica, entre homens e mulheres que reproduziam culturalmente esse
posicionamento. Mas não sucumbiu a esse
pecado social (observe a assertiva em Jo 8:46).
Jesus, em sua missão na encarnação, veio buscar e
salvar o que se havia perdido – e isso incluía os perdidos nos pecados sociais
como o preconceito (atente para o ele disse na casa de Zaqueu – um proscrito
social – em Lc 19:10).
Pela postura de Jesus, todos os seres humanos são
alvo de igual amor divino e qualquer atitude que considere o outro como menor,
desqualificado, indigno ou desmerecedor ofende ao Criador. E tal postura do Mestre está em plena
sintonia com as palavras do sábio antigo que diz ser pecado desprezar o próximo
(palavras de Pv 14:21).
E eu diria: todo preconceito, seja racial, social,
econômico, nacional, sexual, cultural, linguístico, ou seja, lá qual for, é pecado
pois insulta o Criador.
Então, mesmo vivendo numa sociedade que respirava
preconceito em suas entranhas, Jesus fez questão de romper com esses paradigmas
e estigmas e demonstrar que seu amor estaria aberto a todos os homens e
mulheres, independente da sua posição e situação, independente de sua origem e
raça ou gênero.
E para embasar mais essa atitude contrária ao
preconceito, como postura ofensiva ao Deus Eterno que ama a todos os seres
humanos indistintamente e que deve ser padrão do cristão, vamos trazer outros
textos bíblicos para a reflexão.
Ao chamar Abrão e lhe prometer em aliança que dele
sairia uma grande nação e que seu nome seria famoso em toda a terra (em Gn
12:1-3 – obs. Deus já cumpriu tudo que prometeu ali!), o Senhor deixou claro
qual seria o objetivo desse chamado:
— Através de você [e
de sua descendência] serão abençoadas todas as famílias da terra. Destaco: todas.
No projeto de Deus para a humanidade, Abraão – e
os judeus seus descendentes – não seria o destino final da bênção, nem o alvo
principal, nem preferencial da escolha divina.
Pelo contrário: o papel de Abraão nos planos divinos era ser um canal
para abençoar toda a humanidade; e isso deveria ser vivenciado com humildade e
reverência. Logo, qualquer atitude de
arrogância, soberba e superioridade dos herdeiros dessa promessa e incumbência
destoaria por completo do que o Deus da aliança tinha proposto.
Ou seja, manter uma atitude de preconceito e
racismo é exatamente o oposto daquilo que o Senhor tinha como esperado para
aqueles com os quais fez a aliança.
Jesus sabia exatamente que ele era o ápice das
promessas divinas para a humanidade. O
pecado original atingiu todas as raças da terra e a remissão que ele trazia
deveria também ser extensiva a todas as raças.
Nenhuma seria superior, nenhuma teria primazia, nenhuma poderia se
posicionar como especial. Por isso mesmo,
ele não poderia aceitar nenhum tipo de preconceito ou racismo – mesmo que
disfarçado de justificativa espiritual, moral ou de santidade.
Sobre o tema do Racismo,
leia também:
> JUDEUS E SAMARITANOS – uma história de racismo – link
> ELE NOS FEZ UM – link
É essencial que todos nós, como herdeiros das promessas divinas, pratiquemos a humildade e a igualdade, rejeitando qualquer forma de preconceito ou racismo, para que possamos verdadeiramente refletir o amor e a justiça de Deus em nossas vidas. Alisson Rodrigues
ResponderExcluirExatamente. Jesus é nosso padrão e dele devemos aprender a viver a solidariedade que repudia toda forma de preconceito e racismo.
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